sábado, dezembro 29, 2007

Weeds (2005)

Caríssimos preparem-se para uma viagem alucinante…

Pois é este é o primeiro comentário vídeo do blogue (vamos ver se depois haverá mais). O que é que me passou pela cabeça para fazer este vídeo? Não sei, talvez o gel para o cabelo que pus hoje, claramente já tinha expirado o prazo de validade.

É o primeiro por isso não há aqui muita experimentação. Coisas mais loucas se seguirão.

Vejam e comentem…

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Best christmas movies

Olá senhoras e senhores leitores. Parece que não há uma conversa ultimamente em que não se fale de Natal. Então como não tenho outro assunto de conversa cá vai disto.

Filmes que todos nós estamos habituados a ver no Natal, mas que nada (ou muito pouco) têm a ver com o Natal:

Somos bombardeados com alguns filmes que de natalício não têm nada, mas a verdade é que alguns deles dão-nos uma sensação de conforto, mais que não seja porque alguns são maiores que o Natal do Hospitais. Por falar nisso não vi o NDH este ano. Alguém gravou e mo pode emprestar?

The Ten Commandements (1956) – Gosto muito deste filme mas sejamos sinceros, Cristo nem era nascido na época retratada.
Ben-hur (1959) – Ok neste Cristo já tinha nascido e até aparece no filme. Mas aparecer 2 minutos num filme de 212 não o transforma num filme de Natal.
The Sound of Music (1965) – O mais clássico de todos os filmes de Natal para as estações de televisão nacionais, nada interessa que de Natal não tenha nada. Mas no fundo gostamos de ver a Julie Andrews e as suas crias a cantar pelas colinas Austríacas.

Os Clássicos de todos os tempos:

Estes dois são os filmes que têm as raízes mais profundas no imaginário colectivo. Embora eu nunca os tenha visto (que miséria)

Its a Wonderful Life (1946) – Para muitos actores de Hollywood o filme preferido de Natal.
Dr. Seuss – How the Grinch stole Christmas (1966) – Para além de tudo o resto um filme com a voz de Boris Karlof tem de ser muito bom…

Filmes de Natal que vale mesmo a pena ver:

The Nightmare Before Christmas (1993) – Para alguns é mais um filme de Halloween, não discuto, mas tem muito a ver com o Natal (o título foi a primeira pista).
Home Alone (1990) – Este passa sempre. Este ano já o vi na televisão (confere). Que magnifico filme de Natal
Christmas Vacation (1989) – Vi esta cassete VHS até à exaustão. Comédia típica e clássica, mas mesmo assim é tão bom ver um filme despretensioso.
Gremlins (1984) – Tive este filme em mira porque quando era miúdo gostava muito dele. Só há pouco tempo me foi relembrado (http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt/) que era um filme de Natal.
Especiais de Natal de comédia da BBC – até porque os senhores precebem de comédia

Filmes que não têm directamente a ver com o Natal mas que eu adoro ver nesta época:

Chitty chitty Bang bang (1968) – não é frequente ver-se este filme na televisão, mas é pena.
The Goonies (1985) – este por outro lado é transmitido umas 3 vezes por ano. Eu continuo a gostar.

Na lista falta um filme recente do qual já estou farto porque lá nos calha todos os santos Natais, sempre, sempre: Love actually (2003). Este aposto consigo que vai passar nas televisões nacionais. A única dúvida é: quantas vezes e em quantos canais.

P.S. – Para quem gosta de acção lembro que Die Hard (1988) e que Rambo – First Blood (1982) têm a trama a decorrer durante esta época. Não acreditam? Vão lá ver.

P.S.2 – Uma vez que tudo o que tenha a ver com Cristo é elegível para transmissão será que alguém tem coragem de mostrar a orgia de sangue que é The Passion of the Christ (2004) no final da tarde de dia 24? Hem?

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Prendas de Natal

Encontramo-nos mais uma vez, e ainda bem, na data Feliz e da família que é o consumismo do Natal. Andamos todos a dar voltas à cabeça com as prendas para a tia, para a avó, para a amiga, para a namorada, para o pai e para todas as pessoas que embora não gostemos temos que dar prenda porque elas também nos dão. Estas ultimas são um verdadeiro flagelo porque o que nos oferecem é mau, tão mau que nunca na vida iremos dar utilidade aquilo e só as tiramos do fundo da última gaveta quando essa pessoa nos vem visitar. Aí sim, ai que bem que fica a boneca de loiça preta com pormenores em dourado que deu a tia do meu pai em 1999 em cima do móvel da sala, assim bem no centro para se ver melhor.

Há no entanto prendas tipo que sabemos ser ideais para tipos de pessoas ou tipos de situações. Temos por exemplo:

O livro – provavelmente a mais clássica das prendas, adequa-se igualmente bem a Natais e a aniversários. No entanto no acto de oferecer um livro há gradações, há livros que caem bem consoante o objectivo da prenda. Se quisermos parecer cultos, podemos oferecer um clássico um Hemingway, ou então Camilo Castelo Branco, Saramago ou um qualquer prémio Nobel também são muito bem aceites. Neste momento é completamente inaceitável oferecer-se um livro de Fernando Pessoa ou de qualquer um dos seus 37 heterónimos porque em Portugal todas as pessoas têm pelo menos 3 edições de cada livro escrito por este senhor (é um dos flagelos de que ninguém fala, quem é que pega nisto, hem?). Podemos ainda oferecer um livro de um escritor estrangeiro contemporâneo desconhecido e dizer algo como – “Já li todos os outros livros deste autor e achei que eram mesmo o teu estilo, este é o mais recente!” – assim o visado fica com a sensação que vocês lêem bastante e que escolheram aquele livro propositadamente para ele (o que de facto é mentira escolheram o que tinha a capa mais bonita e era mais em conta). Temos ainda os livros da moda que aparecem todos os Natais e que se vedem comó caraças e que invariavelmente todos nós compramos (estes acarretam uma chatice adicional, por norma são mais carotes) – dou como exemplo o facto de há uns Natais os livros de Dan Brown serem compra obrigatória, quem nunca comprou um livro de Joanne Harris, sobretudo o “Chocolate”? Com um livro podemos ainda tentar impressionar uma amiga que queremos que seja especial, até porque nos tempos que correm e com a dificuldade de encontrar raparigas mais interessadas em cultura do que em unhas de gel, e só vamos conseguir que ela aumente a quantidade de palavras impressas que possui mas que não leu, só a impressionamos porque aumentar-lhe a cultura…chapéu! No fundo é uma prenda estúpida porque como se sabe ninguém lê – e esta é uma verdade de La Palice.

Cd – Foi até há uns anos uma prenda mítica, agora caiu um pouco em desuso, muito devido ao advento dos leitores de mp3 e dos download de álbuns inteiros na net a preços bastante convidativos. Mas temos sempre conhecidos e familiares com mais de 50 anos que ainda necessitam do objecto físico para poderem ouvir música. Também aqui, há títulos ou artistas clássicos como prenda de Natal. Não sei se repararam que praticamente todos os Natais sai uma antologia nova dos ABBA, eu confesso que não sei quantas musicas fez esta banda mas pelo número de antologias no mercado (que aparentemente só são postas à venda nesta época, porque durante o resto do ano nunca ví um só exemplar à venda), cerca de 89, devem ter feito umas 3000 músicas estando todas elas incluídas nos “Best Of”, temos sempre outra aposta segura que é um cd da Amália ou das novas fadistas (a saber Mariza e Mafalda Arnaud). Outra banda que nunca falha é U2 sempre que estes senhores lançam um CD alguém o vai receber de prenda, é certinho – Mais uma verdade do general referido acima.

DVD – Tem vindo a ganhar adeptos e serve para desenrascar as prendas para os putos. – “Não sei o que hei-de dar ao Joãozinho? Pronto, dou-lhe um dvd do Bob o Construtor.” – e está arrumado, já podemos ir ver a secção das séries.

Peúgas – A mais odiada das prendas, ninguém gosta de as receber mas todos nós as recebemos. O flagelo atingiu proporções tais que suspeito que já não possa ser parado. A culpa é de quem inventou o conceito de prenda útil, este conceito deita por terra qualquer reacção que possamos ter ao receber uma prenda destas, até porque quando aquela amiga da nossa mãe nos dá um par de meias, este vem logo agarrado a uma expressão do tipo “são muito quentinhas, que o meu Zé Manel tem umas e (e aqui está o problema…) é uma coisa que dá sempre jeito”. E com esta ficamos desarmados, fazemos o sorriso menos amarelo que consigamos e agradecemos.

Cachecóis e luvas – Carradas destes damos e recebemos todos os Natais, eu sinceramente acho que nunca comprei um cachecol, foram-me todos oferecidos. Mas o interessante é que enquanto o cachecol até dá jeito e é um acessório interessante, as luvas não servem para nada. Só cerca de 10% das pessoas usam luvas, logo só 10% das luvas oferecidas são usadas. Todos nós sabemos isso, mas todos damos por nós a pensar – “Para o Tiago se calhar umas luvas eram uma boa prenda.” – mas a realidade é que não eram, não são, porque com 90% de certeza ele não as iria usar.

Caixa de chocolates – Ideal para levar para o local de trabalho, despachamos logo todas as pessoas e caímos nas boas graças dos gulosos. É também uma prenda que convém ter de reserva no carro, não vá alguém que não esperamos dar-nos uma prenda, e para não sermos apanhados com as calças na mão e o rabo de fora, sacamos rapidamente de uma caixa de chocolates toda xpto comprada no Continente, o clássico é Ferrero Rocher, toda a gente gosta.

Surtido Húngaro – Esta só podemos oferecer quando tivermos mais de 70 anos e a uma pessoa com a mesma idade de preferência ainda mais velha. Só nesta idade é que um surtido húngaro pode passar por prenda, aquilo não passa de uma caixa de bolachas variadas com um claro excesso de sabor a manteiga. Muito em voga estão também as caixas de bolachas de lata, porque (e mais uma vez) a caixa dá sempre jeito. Bolas, que é justificativo para tudo!

Quem se lembrar de mais algum presente típico partilhe e deixe um comentário.

Com isto me despeço e desde já desejo Feliz Natal a todos.

Este foi sem dúvida o post mais longo deste bloque, se o leu é um sobrevivente os meus parabéns!

segunda-feira, novembro 26, 2007

Vidas de Carvão




Há posts que me dão especial prazer escrever, este é um deles. Este sábado a minha prima, Paula Lemos, lançou um livro. É verdade tenho uma família que é de uma erudição que vai lá vai!

O livro tem por base a tese de mestrado sobre as carvoeiras do Pilado do concelho da Marinha Grande, e intitula-se “Vidas de Carvão”.

Pegando nas palavras do Professor Moisés Espírito-Santo e adulterando-as um pouco, este livro funciona como uma cápsula do tempo em que costumes antigos são mantidos, guardados para as gerações futuras permitindo assim a perpetuação dos acontecimentos. Porque os acontecimentos são como as coisas, sem serem percepcionados não existem, do mesmo modo que as estrelas só passaram a existir quando o Homem olhou para o céu e tomou consciência da sua existência, também os acontecimentos e as vivências perecem na face do esquecimento. Sendo o primeiro trabalho publicado sobre a arte e as vivências duras pejadas de provações extremas das carvoeiras do Pilado, tem um papel fulcral na etnologia social e cultural do concelho e do País.

Mais cápsulas do tempo como esta devem ser criadas um pouco por todo o País para permitir que as vivências e o saber popular das sociedades rurais continue a existir.

Os meus parabéns sinceros por um livro que lerei algures no tempo, na certeza que o património cultural não será extinto pela poeira das eras.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Pura Anarquia



Acabei hoje mesmo (aquando de um nutritivo piqueno almoço) de ler o último livro de Woody Allen. O que posso eu dizer para além de EXCELENTE. Meus senhores este livro é fantástico. É constituído por pequenas histórias, e todas têm uma forte componente cinematográfica. O que quero eu dizer com isto? Quero dizer que À medida que ia lendo cada uma das histórias ia formando na minha cabeça imagens e planos que se adequariam na perfeição à trama.

Todos os capitulo são surreais e todos dariam grandes curtas-metragens com potencialidades para longas – alguém que comprar os direitos, fazemos uma parceria e já está, até imagino os títulos da imprensa – Novo filme de Woody Allen realizado e comercializado por Portugueses – tinha pinta não tinha?

O que mais me impressionou na escrita (e foram os primeiros texto do Woody (que familiar…) que li) foi a complexidade da construção frásica e uma esquizofrenia cativante na descrição de sensações e de situações – de mestre – associadas sempre a uma componente cultural muito forte. Este senhor deve saber mais e ter lido mais que 10 000 Portugueses (contra mim falo, porque tenho péssimos hábitos de leitura, mas esforço-me).

Tenho que expressar e enviar uma palavra de apreço para o/os tradutores deste livro, que deve ter sido no mínimo complicadíssima (Allen escreve cada palavrão em forma de comboio que nem em Português percebi alguns), conseguir reproduzir uma teia de discurso assim tão intrincada – PARABENS!

Aconselho vivamente a leitura deste aglomerado de ideias brilhantes.

Dizem-me que os livros anteriores do mestre são muito bons também – tenho que ver se consigo deitar-lhes as mãos e desbravá-los violentamente.

terça-feira, novembro 20, 2007

Incomparavelmente superior!

Esta é uma expressão que serve para chamar a atenção. Foi o que me aconteceu ao ver um noticiário e ouvir uma jornalista dizer isto. Chamou-me a atenção e causou-me asco.

O que quer dizer esta expressão?

Eu digo-vos o quer dizer – NADA, não tem qualquer significado, alguns diriam mesmo que está completamente desprovida de significado. Porque, e pensem agora um pouco comigo, se é superior é porque é comparável – ou não é? Estarei eu enganado ou superior não é um sinónimo de maior? E maior não é um termo comparativo?

O número 3 e uma casa, isto sim são coisas incomparáveis.

Senhores jornalistas, atençãozinha porque são profissionais, se um não profissional comete um erro linguístico é grave mas dos senhores espera-se muito mais.

P.S. – O resto da reportagem estava muito bem feita, não fosse eu assim e talvez tivesse gostado.

sábado, novembro 17, 2007

Como prometido...

Caros leitores, na quadra que se aproxima o que é que têm fazer? CONSUMIR, consumir até mais não! ah haha haha (ler com voz grossa e poderosa)

E para vos auxiliar nessa árdua tarefa cá estou eu para que com o mesmo comprem mais e melhor. Porque já se sabe dinheiro mal gasto é uma pena. Gastar dinheiro sim, mas com juizinho porque tem que se fazer comprinhas proveitosas. A sorte que os leitores têm por poderem contar com os grandes concelhos deste bloque magnifico. Ah pois é!

Então cá vão as propostas. Algumas, eu próprio já as tenho por isso já estão a ver são mesmo boas.

Os valores estão eu Euros ou em Libras podem ver pelo símbolo € ou £ a seguir a um valor numérico intermediado por uma vírgula (é este símbolo aqui “,”), porque a ultima vez que conferi ainda estávamos em Portugal e aqui usa-se a vírgula para separar as partes da unidade (picuinhices é o que é). Por isso usem vírgulas e não esses símbolos presunçosos que são os pontos (“.”). Pelo menos a virgula não é adimensional como o ponto, o que parecendo que não lhe dá muito mais carácter.

FNAC:

Little miss sunshine (2006) – 9,95 €
Colecção Robet Rodriguez (El Mariachi + Desperado + Era Uma Vez no México) – 11,95 €
Pack Jurassic Park X3 – 21,90 €
Pack Superman Collection (1 + 2 + 3 + 4) – 33,90 €
Pack Triologia Homem Aranha – 29,95 €
Pack Colecção Padrinho (X5) - 24,95 €
As Aventuras de Indiana Jones: A Colecção Completa (X4) - 24,95 €
Triologia Regresso ao Fututo (X4) - 16,95 €
Top Gun (1986) – 8,95 €
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999) – 6,95 €
A Rainha (2006) – 8,95 €
Poirot – os filmes – Vol.1 – 19,95 €
Vol.2 – 14,95 €
Vol.3 – 14,95 €

CDWOW:

Perfume (2006) – 6,99 £
The Batleship Potemkin (1925) – 6,99 £
Grease Box Set (1 + 2) – 8,99 £
The Gremlins Collection (1 + 2) – 6,99 £
The Goonies (1985) – 4,99 £
Urban Cowboy (1980) – 2,99 £
Big Fish (2003) – 2,99 £

AMAZON.UK (a este preços tem que se adicionar o IVA e os portes de envio):

Miller’s Crossing (1990) – 3,97 £
Police academy: The Complete Collection (X7) – 17,97 £
Frankenstei/The Bride of Frankenstein – 4,97 £
Crocodile Dundee 1 & 2 Dvd Boxset – 5,47 £
Ed Wood (1994) – 4,98 £
Mission Impossible: Ultimate Missions Collection (X5) – 11,98 £
Gone With the Wing (X4) (1939) – 4,98 £
The Bellboy (1960) – 3,97 £
The Full Monty (1997) – 3,97 £
Zorba The Greek (1964) – 5,47 £
The Beverly Hills Cop Triology – 6,98 £
Lawrence of Arabia (1962) – 4,97 £
Clockwork Orange (1972) – 4,97 £


P.S. – esqueci-me de referir que 10% do valor das compras revertem para mim! De onde estes vieram há mais, muito mais… Wahaha Wahaha!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Anúncio

Vou postar aqui neste cantinho da Internet, bons negócios que encontrei em termos de DVD, tanto em lojas on-line como em estabelecimentos físicos. Grandes pechinchas de coisas com grande qualidade.

Só uma notinha: Chavez eu se fosse a ti calava-me, até porque o outro é grande e é Rei que parecendo que não é uma posição de respeito (ah pois é!! Ia-me esquecendo que Espanha até é um grande investidor e cliente da Venezuela –digamos que são daqueles amigos que vale a pena manter) – por isso fica caladito e sugadito no teu canto (que o cubano já teve mais força – há até quem diga que já morreu, vê tu bem), é que não há pachorra – CALA-TE.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Festival de Cinema Europeu

Os mais atentos a estas coisas do cinema, cultura e arte, já ouviram falar do festival de cinema Europeu que está a ter a sua primeira edição no Estoril. Almodôvar foi o homenageado do certame, havendo uma retrospectiva da obra deste realizador Espanhol.

Para lém de Almodôvar, estão a passar muitos filmes de vários realizadores, filmes já consagrados dos grandes Brian de Palma e David Lynch (do qual está a passar gratuitamente a série integral “Twin Peaks”) entre outros. Este filmes consagrados não estão a concurso, mas há ainda vários filmes para descobrir na competição oficial. O festival oferece ainda concertos e conferencias e como já disse muitos filmes para todos os gostos (foi com agrado que vi na programação um filme do Charlot) até dia 17.

O addcritics não poderia deixar de estar presente neste evento e qual foi o filme escolhido? “Youth Without Youth” (2007) de Francis Ford Coppola (o génio por detrás da triologia “The Godfather”). O filme é excelente, soberbo. Retirado a um elenco vastamente desconhecido Coppola consegue entregar ao público um filme não linear, distante do expectável e muito bom. Ah grande Coppola! Sem dúvida uma aproximação ao cinema contemporâneo em que já não se conta uma história mas sim dramas interiores ou dúvidas existenciais permitindo ao espectador ter controlo sobre a real ordem dos acontecimentos. Mais, Coppola neste filme explora planos não convencionais, olha para o mundo de outra forma, o que para um realizador estabelecido é de louvar. É um realizador que aprende nos anos em que está parado e ensina quando está activo. Já tinha ganho a minha admiração, mas cimentou-a com este filme. Parece que em 2009 vai lançar um novo filme assinando como realizador “Tetro” cá estamos a aguardar com ansiedade.

Agora vem a parte pior e que pode ser largamente melhorada nas edições vindouras do certame. Em primeiro lugar o preço praticado parece-me excessivo (pelo menos no Casino Estoril), sobretudo devido às péssimas condições em que o público visiona o filme. A sala no Casino Estoril é péssima (não há espaço para as pernas e a sala de projecção não está separada da sala de espectáculo pelo que os cinéfilos são assolados por uma luz que lhes impede um visualização perfeita da película). Outro factor a ter em conta é a venda de artigos relacionados com festival, havia peças com muito interesse, mas, e focando-nos em dvds, o staff responsável não conseguiu fornecer informações (provavelmente porque não lhe foram fornecidas a eles) sobre diferenças entre as edições simples e as De Lux. A única informação que o staff era capaz de fornecer era o preço dos artigos (nada que uma tabela não resolvesse).

De qualquer forma aproveitem para ver concertos (que são de graça) e filmes que ainda não estrearam.

quarta-feira, novembro 07, 2007

The League of Gentlemen – Apocalypse (2005)

E uma vez os universos tocaram-se!

Royston Vasey é mítico, o local onde ninguém gostaria de viver. As personagens são, não tenho qualquer problema em dizê-lo, GENIAIS.

Neste filme há um entrelaçar de universos reais e ficcionados, em que personagens de The League of Gentlemen vêm ao encontro dos criadores da série para impedir que estes deixem de escrever sobre Royston Vasey impedindo com isto a destruição do seu mundo. È uma comédia britânica negra em que vemos cabeças a explodir (e atenção este não é um filme com zombies, porque nesses é que se vêm cabeças a explodir amiúde) e seres estranhos e extraordinários, até o diabo faz aqui uma perninha.

Acabamos de o ver e queremos ver mais, queremos ver outro.

Como ponto negativo aponto apenas o facto de nunca terem, os personagens, proferido a frase mais que mítica “Are you local?”, mas vem escondida na capa do DVD.

Para melhor apreciar este filme tem de ser ter algum conhecimento prévio das personagens – é ver as séries.

P.S. Quais buracos negros qual quê no fundo o que é preciso é uma chave grandalhona e as catacumbas de uma Igreja…nada mais simples não sei para que são tantas discussões astronómicas!!

Ainda sobre Elizabeth – The Golden Age

Agora que os filmes na tela têm intervalos podemos escutar as conversas dos vizinhos de cadeira e perceber o que estão a achar do filme até aquele ponto. Na fila acima daquela em me refastelava, um senhor profere a sua opinião para os seus convivas, que quais comensais bebiam da sua imensa sabedoria quase com uma devoção apostólica. O senhor dizia algo como: “Acho muito boa a recreação histórica, Inglaterra teve mesmo uma batalha com Espanha.”

Pronto, cá está uma afirmação bombástica, por dois motivos primeiro o filme tem sido criticado pela incorrecção histórica e por outro lado por dizer o obvio. Quem haveria de dizer que aquela batalha existiu mesmo?

Mas do mal, o menos, este senhor não perderia o concurso “Sei menos que uma criança de 10 anos” porque este senhor sabe o mesmo…

terça-feira, novembro 06, 2007

E a prenda é...



Recebi dos meus queridos progenitores um DVD. Há lá coisinha melhor que receber um DVD de oferenda? Por acaso até há mas para o efeito façamos de conta que não.

Recebi o “Time Bandits” (1981) realizado por Terry Gilliam com argumento de Gilliam e de Michael Palin não fosse eu fã dos Monty Python e não teria gostado nada desta oferta, mas sou e por isso apreciei.

Só me resta ver o filme e já se sabe com Terry Gilliam temos que estar à espera de qualquer coisa (expect the unexpected).

Elizabeth: The Golden Age (2007)

Fui ao cineminha (se tivesse usado a expressão “pegar um cineminha” – tinham permissão para me dar um tiro porque claramente algo de muito errado se passava comigo) aproveitar os preços reduzidos de segunda-feira. Bem Bom! (não foi bem como na canção das Doce)

O trailer deste filme causava-me arrepios sempre que o via, decidi logo após a primeira vez que o vi que tinha que ver o filme na grande tela (foi amor à primeira vista).

É um filme de uma beleza assombrosa, com uma belíssima interpretação dos actores e com uma belíssima realização, MAS…o filme é lento, a narrativa é pegajosa, falta ali fluidez (que pode ser dada em dois locais fulcrais, ou no argumento ou então na sala de montagem), outra coisa que falta é impacto dramático nalguns momentos chave do trama. Esses momentos sim deveriam ter sido um pouco alongados e empolados na montagem (de facto a montagem é a pior parte do filme, há quem diga que é a incorrecção histórica – eu admito que não sei o suficiente para criticar a recreação histórica).

Outra coisa que é claramente incorrecta para um Português é estar ali a torcer para que os Ingleses ganhem a batalha, não pode ser meus senhores, a invencível armada (como nunca foi chamada no filme) era também Portuguesa, ah pois é!, porque nesta altura estávamos sobre o julgo Espanhol (Castelhano – como lhe quiserem chamar – admito que nem sei o epíteto correcto a usar aqui, pombas pá) e também nós sofremos uma derrota humilhante.

Não fiquei maravilhado com o filme, até porque ainda por cima perdi a batalha – nem nos filmes nos safamos.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Hot Fuzz (2007)

Coube-me mais uma vez a penosa tarefa de ir ao cinema, e de vos repostar, caros leitores, o acontecimento!

Mas desta vez gostei foi à borla na antestreia de Hot Fuzz , como é que consegui lá ir? Mandando um mail para a operação Hot Fuzz no blogue do Markl (http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt). Este autor foi responsável pelo lançamento deste filme nas salas de cinema. Anteriormente agendado apenas para lançamento directo em DVD. Só lhe podemos estar gratos por isto, o filme é do catano.

Mas para além a agradável sensação de libertar uma mesa para o grande Markl e a sua comitiva poderem ter um nutritivo e altamente calórico jantar, tive também a agradável surpresa de encontrar mais de uma dezena de amigos, que não via desde os tempos da faculdade, na mesma antestreia (não me lembro de ter visto tantos biólogos juntos sem estarem a discutir algo cientifico – mas se calhar deveu-se ao facto de estarmos lá de graça).

A conversa pré e pós visionamento foi bem catita e interessante. O filme foi de facto muito bom, parecia que estávamos a ver um episódio da dita Britcom mas em grande – até houve explosões vejam lá. O filme é uma sátira aos grandes blockbusters de acção sendo esse o seu grande gag (como o próprio Markl referiu). Para além do intrigante enredo e da magnifica vila inglesa temos neste filme um batalhão de actores conhecidos e que nos lembram coisas tão importantes como Spaced, The Office, 24 Hours Party People, Black Books, Peep Show, Love Actually, James Bond, e mais algumas que me estou certamente a esquecer. Um deleite de comicidade bem aprazível.

Vejam o filme, vale bem a pena.

Citando José Sócrates, e o meu sentimento em relação a este visionamento – Porreiro pá!

quarta-feira, outubro 31, 2007

Olha quem voltou

Meus senhores e minhas senhoras, voltei. Estive mais uns dias no campo (que bem que se está no campo) mas voltei. Os dias de campo fizeram-me bem, mas agora estou com trabalho redobrado. Agora estou mesmo atolado de trabalho de todos os lados, no ISA no IO e projectos paralelos…ah é verdade e o blogue que é já a sensação do ano (hehe).

Do campo posso dizer que este está a ser um ano seco e que peixe há menos (se acreditarem em estatística parece-me haver uma correlação directa entre a densidade ictiofaunistica e a volumetria), mesmo assim tive o prazer de pescar o maior Micropterus salmoides e o maior Barbus bocagei que apanhei até hoje – ah peixe lindo!

Apanhei ainda um peixe que apelidei de ALIEN e que conjuga características de três espécies distintas – ora como híbridos de três peixes são impossíveis, este peixe, que tenho em minha posse numa solução formalizada a 5%, afigura-se um quebra-cabeças…

sexta-feira, outubro 26, 2007

Ciclo de cinema #1.5 – Fado, História d’uma Cantadeira (1947)

A saga continua!

Esta semana foi mesmo à rasquinha, estava a ver que não conseguia ver o filme, mas ontem tive um tempinho (que roubei ao sono) e vi este filme de Perdigão Queiroga com Amália Rodrigues (A maior cantadeira da história nacional).

O filme sendo um clássico não se encaixa numa moldura de comédia é sim um drama, em drama musical, visto as canções serem parte fundamental da estória. É um conto duplamente moralista, ao focar-se na estrela que abandona as raízes e ao retratar ainda a morte da esperança numa amiga por parte dos que lhe são próximos (neste caso todo o bairro de Alfama – que é aqui imortalizado com grande beleza).
Amália deslumbra com a sua voz e surpreendentemente com alguns pormenores muito bons de representação, mas tem um handicap no tocante à dicção – Amália fala como canta juntando palavras e comendo sílabas. Não deixa de ser um drama interessante, mais forte hoje do que no seu tempo (devido às alterações sócias e de padrões de géneros). Quanto a mim, embora aconselhe o visionamento, não pode ombrear com alguns dos filmes já discutidos neste ciclo, esses sim grandes obras do cinema mundial.

quinta-feira, outubro 25, 2007

E posts?

Pois é anda para ai uma maleita que me tem impedido de postar novas pérolas de sabedoria. O que se passa? Passa-se que deitei a mão à primeira série do Dr. House e estou a desbravá-la com uma tal fúria que os outros dvds nem têm sido mexidos – taditos lá estão cheios de pó. Mas tenho tentado andar a navegar por outros formatos (nomeadamente o celulóide) que também me têm dado prazer (kinky!).

Uma voltinha na net também se tem demonstrado proveitosa – naveguem é bem gostoso…..

quarta-feira, outubro 24, 2007

O Principio da Incerteza (2002)

Agora é moda!

Fui à cinemateca ver um filme de Manoel de Oliveira, fui sozinho não consegui ser persuasivo o suficiente para convencer alguém a ir comigo (talvez se não tivesse dito que era um filme de Manoel de Oliveira). De facto existe em Portugal o estigma palpável que um filme de Oliveira é entediante e que impreterivelmente leva ao sono e às cabeçadas no vazio.

O meu conhecimento da obra deste que é o realizador mais velho no activo (o senhor tem 98 anos e tem uma produtividade superior a um filme por ano – do caraças, hem?) era e é incipiente tendo visto somente o Aniki Bóbó. Por isso decidi que ia ver o filme, e de facto gostei do que vi. É um tanto ou quanto parado, mas é um filme que embora suportado pelo enredo tem uma presença muito forte da imagem e da fotografia. Os cenários naturais proporcionados pelo Douro e as viagens de comboio atraem o espectador. O filme completa-se pela erudição de alguns diálogos bem como pela sua complexidade e segundos sentidos. Durante um diálogo, são raras as vezes que duas personagens trocam olhares, ficando uma delas a olhar para o infinito mostrando muito poucas emoções (pondo a minha colherada dizia que são expressões à la Buster Keaton).

Outra coisa que impressiona é o facto de o realizador ser ainda responsável por parte argumento (baseado num livro de Agustina Bessa-Luís) e diálogos, tem ainda responsabilidades na edição do filme.

Manoel de Oliveira um realizador a descobrir, mas nas salas de cinema porque acredito que em casa seja uma pouco mais difícil…

Nova música Portuguesa para piano e orquestra

Não só de filmes vive a alma! Neste caso aconselho uma lavagem com piano e orquestra na Fundação Calouste Gulbenkian nos próximos dias 25 e 26.
São três obras interpretadas sob a direcção do maestro Pascal Rophé e da autoria de Isabel Soveral, Sérgio Azevedo e Camille Saint-Saëns.
Destas apenas ouvi um pequeno excerto do Concerto para dois Pianos e Orquestra de Sérgio Azevedo que vai ser interpretado pelos pianistas solistas António Rosado e Miguel Borges Coelho, e meus senhores tenho que dizer que vale a pena.

Este pedaço de erudição pode ser ouvido e visto a partir das 19 horas pelo preço variante de 10-20€.

Como é? Vamos ouvir uma musiquinha e dizer que somos cultos?

terça-feira, outubro 23, 2007

A obra do mestre chegou!



Devia começar este post ao som de um assobio ou de uma harmónica.

Chegou a minha casa um dos grandes clássicos do western italiano C’era una volta il west (1968). É uma edição especial de 2 discos e legendado em Português (uma beleza!). Querem ver este filme? Passem lá em casa…

sexta-feira, outubro 19, 2007

O Natal faz de mim um zombie

Pare que vou falar de um filme de série z ou de um filme de John Carpenter, mas não, vou falar da minha ultima visita a um centro comercial (mas um dos grandes). Mal entro na dita catedral de compras, olho para uma montra e vejo artigos natalícios (bonecos de neve, renas, bolas, estrelas, etc.) incrédulo procuro a data corrente no meu receptor de chamadas telefónicas, e eis que reparo que ainda estamos em meados de Outubro mais de 2 meses antes do Natal.

Penso para mim, num raro momento de clarividência Calviniana, estes gajos, pá!, sempre a tentar invocar o espírito consumista de cada um de nós, quem precisa de mais enfeites para a árvore-de-Natal? Ninguém! Uma pessoa tem que ser um pouco papalva para cair em tal armadilha e atafulhar um pouco mais a árvore, sobretudo quando mesmo as pessoas que precisam dos enfeites só os vão usar daqui a 2 meses. Dois meses meus senhores – inacreditável.

Então, e meramente com espírito explorador – isto da ciência impele-me para escarafunchar tudo o que me parece merecedor de explicação – entrei na dita loja e fui tentar perceber qual o motivo que levava os magotes de pessoas, que estavam a comprar os bonequinhos, a fazê-lo.

Enquanto me embrenhava nos meandros escuros dos enfeites de Natal, lembrei-me que para além de produtos energéticos para manter a meu corpo (vulgos alimentos) tinha-me deslocado aquele espaço comercial também para adquirir uma prenda engraçada e despretensiosa.

Passados alguns minutos saí da loja muito confiante e com um embrulho debaixo do braço – um assunto já está arrumado, agora vou ver as novidades à FNAC (pensei eu). Segundos depois caí em mim (foi tranquilo, nada doloroso) e apercebi-me o quão papalvo eu sou, caí na esparrela e comprei um enfeite de Natal dois meses antes do aceitável. Sou de facto lamentável deixo-me manipular pelas grandes companhias e não consigo resistir a uma comprinha de Natal. Talvez seja por isso que já não tenho espaço para nada em casa.

Mas do mal o menos a prenda foi um sucesso. E porquê? Porque ninguém espera um presente desta índole a meio de Outubro…

quinta-feira, outubro 18, 2007

The Last Supper (1995)

Meus senhores, acabei agora mesmo de ver esta comédia de Stacy Title. Vi por indicação do Sr. Nuno Markl (indicação no seu blog http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt) e só tenho boas coisas a dizer. Grande filme, grande pedaço de noite que passei a vê-lo, foi bem catita. Aconselho vivamente, vejam esta comédia negra, mas só porque não sou de esquerda não me convidem para jantar…

P.S. – Já procurei e encontrei o dvd à venda na Amazon.uk. E a um preço nada disparatado. Humm...dá que pensar!

quarta-feira, outubro 17, 2007

George W. Bushisms (2004)


Ladies and gentlemen the leader of the free world!

Depois da promessa que ficou no ar e de muita ponderação, cá vai um comentário sobres as pérolas que saem da boca deste senhor.

Em relação a W. Bush Jr. tenho sentimentos contraditórios, um em que penso este senhor é um imbecil e outro em que penso espera ai este homem não pode ser assim tão burro, ele é mas é um génio da comédia. E ponderando bem as coisas ele não deve ser burro, o senhor é de facto uma lufada de ar fresco na comédia mundial, ninguém é mais brilhante que ele, mais ninguém conseguiria escrever tais ditos. O addcritics curva-se perante o seu brilhantismo Sr. Bush.

Esta é uma edição que para além do objecto redondo tem um livro de 80 páginas com o que de melhor se escreve na língua inglesa, achados brilhantes do baú das bacoradas bushianas - os ditos bushisms. Em termos de dvd é fraquinho, não gosto da edição e não gosto dos comentários, o que torna este dvd fascinante é mesmo o senhor que decidiu invadir o Iraque porque sim, só porque sim – para mostrar ao mundo que o chefe sou eu e que nem os gajos da nações unidas mandam em mim (pudera ninguém se percebe –qual torre de Babel, essa ao menos almejava o céu).

O dvd vale pela maravilhosa sensação que é beber da sabedoria infindável de George W. Bush. A homenagem deve ser prestada de uma forma mais explicita pelo que aqui ficam alguns dos dizeres que me pareceram mais consistentes com a linha de humor do chefão:

“I know the human being and fish can coexist peacefully”

“They have miscalculated me as a leader”

“They misunderestimated me.”

“I think if you know what you believe, it makes it a lot easier to answer questions. I can’t answer your question.”

“One of the great things about books is sometimes there are some fantastic pictures”

“Rarely is the question asked: Is our children learning?”

terça-feira, outubro 16, 2007

Chegou, chegou!

Pois é a ponte que liga Royston Vasey a Inglaterra estacionou no tapete da minha entrada esta semana. É uma edição simples, mas espantem-se, tem uma caixa amarela (cool), acho que é primeira caixa desta cor que tenho na estante. Vamos ver se a cor anima a festa…


segunda-feira, outubro 15, 2007

Ciclo de cinema # 1.4 – O Pai Tirano (1941)

E Torna a pingar mais um.

Aqui o vinho não era Torna Viagem mas sim dois copinhos de vinho branco que o bacalhau já foi. E ainda dizem que a escassez de bacalhau é coisa recente, já faltava nos anos 40, faltava e o pessoal bebia, vai-se a ver e a situação económica actual deve-se a escassez histórica do fiel amigo (que bela expressão, amigo, amigo mas estragou isto tudo! Ólarilas).
Aquele que é considerado por muitos como um dos melhores filmes de comédia nacionais é uma estória de desenganos baseada num triângulo amoroso. Francisco Mega (Francisco Ribeiro, ribeirinho) tenta conseguir o amor da inatingível Tatão (e é ouvi-lo a dizer Tatão Tatão pelo filme – tipo caixa de ritmos, ou de ressonância do bater do seu próprio coração - Tatão Tatão) acabando por se apaixonar pela Gracinha (Graça Maria) numa bela estória de Amor. Pelo meio há um corrupio de aldrabices de jogos de engano e de trafulhices muito apelativas ao público humorófilo (que raio de mania pá!).

Como um apontamento de curiosidade muitas personagens do filme têm os mesmos nomes (ou derivações) dos nomes dos actores que as interpretam. Sim senhor uma bela homenagem em celulóide.

Vasco Santana – Mestre José Santa
Francisco Ribeiro – Francisco Melga
Barroso Lopes – Lopes
Graça Maria – Gracinha
Teresa Gomes – Teresa
Seixas Pereira – Seixas
Laura Alves – Laurinha
Armando Machado – Machado
Idalina de Oliveira – Idalina

(para nomear apenas alguns)

Vejam o filme descansados e a comer dois pastelinhos de bacalhau – não há? – então a beber dois copinhos de vinho branco…

sábado, outubro 13, 2007

Jim Sheridan and his left foot

Esta semana fui pela primeira vez (completamente indescupável…) ver um filme na Cinemateca Portuguesa. Aconselho a todos uma passagem pela Cinemateca, deliciem-se com a beleza do edifício, mas sobretudo deliciem-se com o fantástico ambiente. Respira-se cinema, com as paredes repletas de cartazes de filmes, com o seu café/restaurante – 39 degraus (clara referencia ao The 39 Steps (1935) de Hitchcock) – e com a sua belíssima loja onde se podem encontrar filmes, livros e cartazes de cinema. E depois a hipótese de ver filmes que de outro modo não se conseguem ver no grande ecrã.

Fui então ver o My Left Foot (1989) de Jim Sheridan – filme galardoado com dois Óscares, melhor actor e melhor actriz secundária – na abertura do ciclo de cinema dedicado a este realizador e productor Irlandês – Método Irlandês. É um drama biográfico que retrata da vida de um pintor e escritor (Christy Brown) que nasceu com paralisia cerebral tendo apenas controlo pleno sobre a sua perna e pé esquerdos. O filme passa-se na Irlanda pobre pré-União Europeia onde o Catolicismo sempre presente leva ao aumento continuo do número de pessoas de agregado familiar com problemas financeiros.

Para meu espanto, quando cheguei ao piso superior da Cinemateca a fim de me sentar calmamente no café e deambular livre e interessadamente pela loja (cheguei 30 minutos antes da exibição), estava a ser servido um cocktail (nada de ordinarices) para o que me pareceu serem pessoas de outras nacionalidades que não a minha (a primeira pista foi falarem quase todos estrangeiro) e ainda mais alarmante foi o facto de estarem todos aperaltados como se dia de missa se tratasse. E a cirandar como um par de moscas dois fotógrafos sempre à procura da melhor posição para retratar o Sr. Jim Sheridan; é verdade o autor da obra estava presente bem como mais um sem número de personalidades sobejamente importante…há é verdade e eu que embora soubesse de antemão que o realizador ia estar na exibição tinha total desconhecimento sobre o aparato que agora me rodeava.

No computo geral foi uma experiência agradável, o local é fantástico o ambiente é muito aconchegante, vi um bom filme que nunca tinha visto e deparei-me com uma recepção à séria (até meteu discurso do embaixador, vejam lá!)

Visitem a cinemateca, se não forem visionar, passem por lá tomem um café e comam uma fatia de tarte de maçã (sim que agora é muito chic ter estes actos sociais em locais selectos tipo galerias de arte e assim, como o cinema também é arte dizem que é a 7ª bora lá todos passarmos por ajanotados cultos).

sexta-feira, outubro 12, 2007

A compra da semana

Esta semana adquiri mais um dvd.

Que dvd adquiri eu?

C'era una volta il West (Once Upon a Time in the West) (1968), mais um western, este já Spaghetti mas do mestre Sergio Leone. Edição especial de dois discos legendado em Português.

E sabem que mais este filme é com a Claudia Cardinale…quem é que sabe disto quem é?

quarta-feira, outubro 10, 2007

Stardust (2007)

Hurray!! Uma crítica a um filme com menos de 20 anos – devo estar doente, andam praí umas febres maradas, mas a minha mãe sempre me disse que um agasalho é coisa boa por isso não deve ser.

Ontem à noite fui ver esta pérola do cinema fantástico contemporâneo.

Matthew Vaughn que até agora apenas tinha realizado Layer Cake (2004), mas com experiência já mais extensa como produtor (produziu o belíssimo Snatch (2000), dá-nos um festival visual, com paisagens tão incríveis como belas. O elenco deste filme é incrível: Robert DeNiro, Michelle Pfeiffer, Sienna Miller, Peter O´toole, Ian Mckellen e o incontronável Rick Gervais.

Cá está um filme que transmite as sensações gostosas dos filmes de aventura mágica (estou-me a lembrar do Mítico The Goonies (1985)), este filme transmitiu-me a mesma sensação que o Big Fish (2003) de Tim Burton (um senhor!), mas quanto mim, este filme é melhor, mais amplo, mais fantástico, com uma sensação de aventura maior. Podia estar aqui a escrever páginas e páginas sobre o filme e sobre cada pormenor, mas não quero introduzir Spoillers, o que quero mesmo é que vão ver o filme – é pá, é coisa que vale a pena (humm interessante três palavras seguidas com assento – não é muito normal – mas como o filme também o comentário é incrível).

Ciclo de cinema # 1.3 – O Costa do Castelo (1943)


Tenho conseguido manter a periodicidade anunciada (não corre mal isto), cá vai quentinha mais uma opinião sobre um filme sexagenário (quase, quase com direito a desconto de terceira idade e ao famoso passe…). É dos filmes mais famosos da nossa cinematografia. Este estatuto é merecido até certo ponto, por um lado a genialidade de António Silva por outro lado a teatralidade de Maria Matos é exagerada, mesmo que necessária no início do filme, peca claramente pelo arrastamento na parte final (não podemos, no entanto, deixar de prestar homenagem a uma das grandes actrizes cénicas Portuguesas). Este, não é mais do que um simples filme de amor de encontros e de desencontros. Havendo no entanto um interessante confronto de classes, bastante comum na sociedade Portuguesa dos anos 40 protagonizado pelas famílias tradicionais ainda agarradas ao estatuto de nobreza e fidalguia. Mas como sempre tudo acaba bem e os casais ficam juntos…ah como é boa a previsibilidade deste tipo de cinema, encontramos nela um conforto, uma ternura que perdura ao longo das décadas. Não são finais emocionantes, mas são finais quentinhos…

Ver um filme destes à lareira a bebericar cacau quente e a comer castanhas…que belo quadro. Quando chega o Inverno? Quero que seja agora, já hoje, que estou uma daquelas laricas, ui ui…

Não percam a explicação silviana (esta é que deve ser mesmo nova, até estala – qual nota de 20 escudos a sair da casa da moeda) sobre o funcionamento de uma telefonia…há coisas, hem?…o homem tem mesmo graça!

Filmes como este, e como a série de filmes #1.X baseiam muita da sua piada, não na trama em si mas nos pormenores e nos diálogos brilhantemente escritos.

terça-feira, outubro 09, 2007

Ainda se lembra?


Caro Leitor (leitor com L maiúsculo, porque para mim é o Senhor) lembra-se de nas passadas semanas ter referido umas comprinhas? Elas já chegaram! Este fim-de-semana quando cheguei a casa para o merecido descanso (que o trabalhinho ainda é uma coisa puxadota e por vezes cansativa), tinha à minha espera dois belos dvds. E que Prazer (porque o prazer também é importante…vai com P grande) é poder arrumar os dvds na estante e verificar como lá ficam bem…

sexta-feira, outubro 05, 2007

A compra da semana!

Se o MBnet cobrasse dinheiro, eu já estava desgraçado. Mas a verdade é que a loja cdwow colocou diversos títulos a 3£. Então lá teve de ser…já vem mais um dvd a caminho. Ora este dvd, já me tinha despertado interesse. Então cá vai…The League of Gentlemen’s Apocalypse (2005). Filme que vem na sequência da série da BBC The League of Gentlemen. Neste filme o universo de Royston Vasey vem ao encontro da realidade, e as personagens interagem com os criadores da série.

Encontro-me em estado de ansiedade para poder fincar as unhas nesta pérola. Agora não me venham é dizer que eu sou o porco.

P.S. – Alguém notou na série uma leve semelhança com o filme Delicatessen de Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet? Alguém?

Respondam a esta pergunta nos próximos 27 segundos e habilitem-se a ganhar os dois filmes supra-citados.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Incorrigíveis!
Atenção atenção!
Diariamente (dias úteis que os outros já se sabe…são inúteis, não servem para nada) sai uma crónica em vídeo via web de alguns comediantes conhecidos aqui do rectângulo (analogia com a forma de Portugal), sobre temas que pá, sinceramente, não interessam nem ao menino Jesus. Mas, já se sabe como é, os gajos percebem da poda e aquilo é cómico, vá-se lá perceber como.

Basta Googlarem Incorrígiveis que vos aparece, os cronistas são (sem qualquer ordem): Ricardo Araújo Pereira, José Diogo Quintela, Bruno Nogueira, Herman José e um convidado semanal. Aconselho uma passagem por lá a quem não conhece, a quem já conhece continuo a aconselhar passar por lá, e deliciem-se com dissertações sobre a nova campanha da Carris ou sobre a correcta forma de pronunciar a palavra Piaçaba.

Eles são incorrigíveis e eu estou indignado por não ter sido convidado…ai que belas ideias eu tenho para partilhar com o mundo através de uma câmara…bem fica para a próxima, bem o mais certo é ficar para o próximo século porque bem vistas as coisas só digo mesmo dejectos de cavalo (que é como quem diz - horse shit).

quarta-feira, outubro 03, 2007

Saturday Night Fever (1977)

Olha este filme mítico!

Tinha comprado há uns dois meses uma edição simples deste filme que já tinha visto várias vezes nos velhinhos VHS (gravado da televisão, provavelmente com intervalos e tudo – the works), até que decidi vê-lo.

Que gozo me deu revisionar o filme, e pensar, meu Deus!!, as pessoas vestiam-se mesmo assim? Os anos 70 e a loucura do sexo das drogas e surpreendentemente aqui não o Roch n’ Roll mas sim o Disco sound. Este filme com o seu “Polyester look” fez com que o estilo de vida disco saísse da clandestinidade directamente para as pistas de dança de todo o mundo.

O filme é um musical, na medida em que a música tem um papel tão importante como o argumento e não porque as personagem começam inexplicavelmente aos saltinhos e a cantar. É também um filme cru que retrata as dificuldades da classe média baixa de brooklin. Tem um enredo sexista e racista, mas este politicamente incorrecto transmite-lhe uma sensação de realidade, que nos leva a compreender os problemas de uma sociedade em pré-implosão e das personagens.

John Travolta tenta, e consegue, com este filme dar o salto do pequeno para o grande ecrã. Como Vinnie Barbarino em Wellcome Back, Kotter, Travolta tinha conhecido a fama e precisava agora de se afirmar no cinema. Para tal dedica-se ao filme, passando vários meses a praticar as rotinas de dança e perdendo 10 Kg para poder ter uma figura mais esguia. Este filme foi um sucesso tremendo e Travolta conseguiu tornar-se um ícone da 7ª arte com o seu Tony Manero e no ano seguinte com Danny Zuko em Grease.

Rapaziada, bora lá tirar o fato branco do armário ver o filmezito e, as they say, dance the night away!

terça-feira, outubro 02, 2007

Ciclo de cinema # 1.2 - A Vizina do Lado (1945)

Mais uma volta, mais uma viagem. Estou de volta com o ciclo de cinema, esta semana temos A Vizinha do Lado de 1945, filme de António Ribeiro é uma comédia adaptada para cinema a partir de uma peça de teatro de André Brun. É sabido que André Brun é um cómico brilhante, mas poderia neste caso o argumento não se igualar à altura da peça. Não tendo visto a peça parece-me que António Lopes Ribeiro e Vieira de Souza fizeram um belíssimo trabalho, porque o filme é muito fluido, muito dinâmico, muito ao estilo de uma peça de teatro (todo o enredo do filme se passa em menos de 12 horas), mas sem a teatralidade clássica da representação.

No fundo é uma comédia romântica de época, notam-se aqui claras as alterações sociais e de posição de géneros que se vêm sentido desde a altura da trama, 1913, até à actualidade. Mas politica de sexos à parte é uma comédia muito interessante, vale muito a pena ser vista, mais que não seja pela presença, sempre genial, de António Silva (o melhor actor clássico Português de comédia).

Vejam e digam lá se o Plácido Mesquita (Nascimento Fernandes) é ou não igual ao Ernest P. Worrell (Jim Varnay).
A mudança
Ontem foi o grande dia, mudei de apartamento. O anterior foi satisfatório, este é longe!
É longe comó caraças, mas vendo bem as coisas parece que vai ser interessante, recheado das comodidades mais modernas. Não se preocupem as comodidades não me irão afastar do penoso trabalho que é ver dvds e comentá-los aqui. No entanto, ontem foi um dia chato – detesto mudanças – até porque como só estive um ano na casa anterior não tive aquele prazer indescritível que é encontrar algo que julgávamos perdido há muito ou que já nem sequer nos lembrávamos de ter possuído. E agora lá estou num apartamento que para mim é novinho, veremos quanto tempo dura a habituação, pode ser de uma semana a dois meses, nunca se sabe.

Após as mudanças tive uma reunião daquelas longas – 5 horas enfiado dentro de uma sala a discutir valores e depois estatística – quem disse que a ciência is all fun? Mas tem que ser o trabalhinho é de prata porque o descanso, esse é de ouro.

Tenho um prazo muito curto para a entrega de uma versão provisória da tese que associado ao trabalho e às compras para o novo quarto, me vão deixar muito pouco tempo livre, quer para os visionamentos quer para escrever estes trechos de poesia cinematográfica. Por isso esperem uma diminuição no número de posts nas próximas semanas que isto está a apertar.

sexta-feira, setembro 28, 2007

Estou de volta
Qual Indiana Jones, voltei dos meus dias de campo. Depois de tal provação, já podem voltar ao regozijo diário de ler este boletim informativo.

Fui mais uma vez para o Alentejo, ex-celeiro de Portugal (o maior de todos os Portugueses tinha com cada uma!), e está a começar aquela altura catita em que a paisagem Alentejana fica verde, ou seja para além da calma natural sentida no Alentejo começa-se também a sentir uma certa serenidade celestial (aquilo tem dias de ser mesmo bonito…tou a dizer!).

O problema é mesmo a chuva que aí vem, ah pois é, lá vão ficar os rios cheios de água (mais trabalho para mim…vou levar cada tareia). Mas, mesmo assistindo a um monólogo sobre óleos de carro, sobrevivi a mais uma saída…até ao próximo mês!

terça-feira, setembro 25, 2007

A compra da semana!
Não vai ser uma rubrica semanal até porque não compro dvds todas as semanas. Mas tenho encontrado umas pechinchas e vai de usar o serviço MBNet. Então comprei um Western, ora este não é um género que seja muito representativo no meu aglomerado de dvds mas este junta dois dos mais famosos actores westernianos (mais uma, neologismos é comigo), Johm wayne e Robert Mitchum, ainda por cima legendado em PT que é uma raridade, mas que ainda se vai encontrando, o filme é o El dorado (1966) realizado por Howard Hawks.

No seguimento desta compra preparei dois dias de campo para sentir no corpo as provações destes homens (não esperem posts nos próximos dias), será que me vou safar…pelo menos peixe não vai faltar, assim espero. Pois é vai ser tudo nos conformes trabalho duro e tudo, e nada daquelas cenas à lá Brokeback que somos pessoas sérias…not that there’s anything wrong with that! (o universo seinfeldiano (outra!!!) é um poço de sabedoria)

Bem depois digo qualquer coisa deste western que não é Spaghetti…
Ciclo de cinema # 1.1

A Canção de Lisboa (1933)

Ora ora o que temos aqui? É mesmo o primeiro filme do nosso novíssimo serviço - ciclo de cinema – a ser apresentado ao respeitado público. Para nos situarmos correctamente no continum temporal este filme é tão somente o primeiro filme sonoro feito em Portugal. E não é que começamos logo em grande? Este é um grande filme do melhor que tenho visto nesta época do cinema mundial, elaborado quanto baste e cómico até mais não – “E a prova? A prova faz-se já aqui ao lado”.

A história todos conhecem, até porque este é um dos filmes mais aclamados da era dourada nacional, nunca enveredando por uma via demasiado dramatizada. Espantoso é o facto da realização do primeiro filme sonoro nacional tenha sido entregue, ainda que com aconselhamento, a um arquitecto e não a um realizador, isto fez com que houvesse uma visão alternativa de Lisboa e de alguns dos seus edifícios carismáticos, bem como uma visão mais estética dos planos.

A título de curiosidade, Manoel de Oliveira entra neste filme como actor, fazendo o papel de Carlos, um dos amigos de Vasquinho. É interessante quando sabemos que Oliveira, o realizador mais velho do mundo no activo, acedeu a entrar no elenco apenas com a finalidade pessoal de fazer espionagem cinematográfica, como ele diz : “queria ver como eles faziam”.

Pois bem, revejam este filme que vale a pena, mais que não seja porque a girafa está com problemas de fígado…

segunda-feira, setembro 24, 2007

Ciclo de Cinema
Caríssimos, vou tentar levar a cabo um conceito novo, um ciclo de cinema em blog (coisa chique). Pena é que só eu veja os filmes, portanto as opiniões vão ser unilaterais; no entanto, se acharem que cometi um crime na minha avaliação digam qualquer coisita que logo se vê.

Como, por norma, os ciclos de cinema estão associados a um tema ou a uma ideia que nos conduz ao longo das películas, este vai ser dedicado à era dourada do cinema Português – sim, estou a falar daqueles filmes que todas as pessoas conhecem mas cuja visualização é olvidada por muitos.

Não são rosas senhores mas são pérolas senhores.

Vou então tentar (que isto dos ciclos é capaz de custar) publicar um post por semana, não sei ao certo quantos filmes vou comentar, mas deve andar perto dos 5, 6 filmes, por isso aguardem, que vão receber criticas semanais pelo menos até ao pão-por-Deus – até já estou a ver os leitores com uma merendeira numa mão e o rato na outra, não os juntem porque senão é coisa séria.

Chapéus há muitos, mas filmes como o primeiro há poucos, seu palerma!

Será para mim esta do palerma? Vamos ver se este conceito tem sucesso e sucessão.

domingo, setembro 23, 2007

Villa
Este fim-de-semana passei por um local onde estavam a construir uma nova urbanização, uma pequena sequência de unidades habitacionais. Eis senão quando alguém que ia na viatura alertou para o facto de que o nome escolhido para escarrapachar na fachada da dita sequência era Vila com dois Ls – Villa.

Mas o que vem a ser isto? Parece-me uma clara apropriação de letras do alfabeto. Já que se opera uma adulteração da língua portuguesa porque não por 4 ou 5 Ls, o efeito é o mesmo, um claro desrespeito pelas convenções – ah pois é!

Penso que o objectivo é tornar o local mais selecto, como se um nome, ainda por cima com erros ortográficos, possa tornar um local mais selecto. Mas deve funcionar ao mesmo nível que as pessoas com nome estrangeiro que fazem questão de nos lembrar como se escreve. Havia um rapaz que eu conhecia que tinha um nome diferente e dizia com alguma soberba e altivez que o seu nome se escrevia com dois Ts – era questão para dizer olha e eu chamo-me Ferreira com dois Rs ou Tiago com um G…pronto parvoíces – mas há pessoas assim. Eu sou assim e um dia quero morar numa vivenda a que chamarei Villla Sooolll – ora tomem lá, isto é só cá por coisas – a inveja que as pessoas vão sentir, vou estar em casa e ouvir comentários na rua do género: Ena pá este gajo é mesmo selecto tem uma casa com um nome cheio de letras. Eu sei sou patético…mas selecto comó caraças!

sexta-feira, setembro 21, 2007

The Office (USA)



Há cerca de duas semanas chegou-me já com algum atraso (1 mês) uma caixinha com os quatro dvds da segunda série do The Office (USA). Esta é uma versão Norte Americana da série criada por Rick Gervais e Setephen Merchant. A série origina da BBc é uma das séries mais importantes do panorama contemporâneo, veio alterar os padrões da comédia televisiva e estabelecer novas metas para o séc. XXI – Brilhante, assombrosamente brilhante.

Mas este é um comentário à versão transatlântica (sim porque se a cooperação transatlântica é tão importante ao nível politico, porque não também ao nível deste blog…na realidade tenho é medo do poderio bélico deles, já viram se lhes desse na tola invadir este estamine…partiam isto tudo, e isso por mim não é Légale não senhor tenho muita pena mas não é) – provavelmente o parêntesis mais longo da história e arredores – é uma série que na essência é igual, como não podia deixar de ser, mas que desenvolve mais as personagens não principais. Aqui o patrão (Steve Carell) é uma personagem um pouco mais simpático mais afável e menos desprezível (e este é o brilhantismo da interpretação original de Rick Gervais), ficaqndo sempre os espectadores com um forte sentimento de pena do pobre Michael Scott. Mas, embora a recreação da personagem divirja um pouco da original, a interpretação de Steve Carell é muito boa atribuindo-lhe um cunho pessoal e é provavelmente a melhor faceta da série. Carell é de facto uma das melhores caras da comédia Norte Americana.

Há alguns aspectos que tornam esta série interessante, e um deles é a constante suspeita sobre a sexualidade de Michel Scott que assedia violentamente um trabalhador temporário da empresa. Esta série entreteve-me e eu apreciei-a, mas com sinceridade é pior que a versão inglesa (agora é que vêm ai os NAVY SEALS, que é como quem diz as focas Amaricanas…não resisti ao trocadilho fácil).
Compra da semana!
Ora cá vai fresquinha mais uma novidade da nouvelle vague (ena pá…o estrangeiro já vai até França…o céu é o limite) do blog.

Esta semana comprei o único volume que encontrei à venda de curtas-metragens do Buster Keaton. É verdade depois de ver o The General (1927) fiquei assaz curioso com o senhor que “deu a conhecer ao mundo o chapéu mais baixo do mundo”, a genialidade demonstrada no filme atrás referido impulsionou-me, como se de uma mola se tratasse, para a compra do Volume 3 das curtas de Buster Keaton.

Comprei na quarta-feira pelo site www.loaded247.com (site britânico) e ontem (quinta-feira) recebi o mail a anunciar o envio da obra directamente da América do Norte (ezquisito…mandei vir de Inglaterra, mas afinal…bem estamos na era da aldeia global). Espero ansioso para ver as três curtas inclusas no dvd.

quinta-feira, setembro 20, 2007

CDWOW

Já estava na altura de escrever umas linhas (ok, palavras que preenchem umas linhas) sobre a que para mim é a melhor loja de DVDs on-line. E porque é que a melhor? preços – este estamine pratica grandes preços e melhor que isso é o facto de oferecerem os portes de envio em todas as compras.
Tem uma oferta muito vasta de títulos e está bem organizado e apelativo. O principal problema é que não existem muitas edições legendadas em Português, mas, e falo por mim, as legendas não são o mais importante. Prefiro não ter legendas a ter um visionamento (só aqui é que consigo usar esta palavra, no dia à dia fica esquisito…pombas!) estragado por legendagens medíocres como acontece nas edições Portuguesas do Seinfeld, é realmente triste ver um portento do seriado cómico destruído por traduções piores que as automáticas de um qualquer site do género. Por isso o principal problema está arrumado, mas se dúvidas persistirem, comprem cds (aqui já não há problema com as traduções as músicas são em estrangeiro por isso...) que são consideravelmente mais acessíveis.

Convido a visitarem http://www11.cd-wow.com/ , ASAP (que cool usar acrónimos).

Toca a comprar…
Não divulguei neste blog, mas há já três dias que fiz um blog nos novos blogs do sapo para funcionar em paralelo com este. Os textos são os mesmos e colocados na mesma altura. Se preferirem passar por lá aqui fica o endereço: http://addcritics.blogs.sapo.pt/
500 €
Na continuação dos posts anteriores, aqui fica mais uma proposta do que fazer a 500 € se estiver a pensar em adquirir alguns dvds. Esta escolha cobre mais de 80 anos de cinema e vários géneros, é, quanto a mim, uma base já bastante completa para uma colecção, claro que faltam aqui obras importantes. Esta colecção pode ser construída ao longo de um ano com um investimento de cerca de 50 € por mês, pode posteriormente se completada por títulos de preferência pessoal e por mais algumas obras de referência.

Nosferatu (1922)
The General (1927)
A Canção de Lisboa (1933)
Gone With the Wind (1939)
The Great Dictator (1940)
O Pai Tirano (1941)
O Leão da Estrela (1947)
Rear Window (1954)
Psycho (1960)
My Fair Lady (1964)
Il Buono, il Brutto, il Cattivo (1966)
A Clockwork Orange (1971)
The Godfather Triology (1972-1990)
Fawlty Towers 1 & 2 (1975-1979)
Annie Hall (1977)
Chariots of Fire (1981)
Goodfellas (1990)
The simpsons season 2 (1990-1991)
Seinfeld season 3 (1991-1992)
The Shawshank Redemption (1994)
Pulp Fiction (1994)
Seven (1995)
Braveheart (1995)
Trainspotting (1996)
La Vita è Bella (1997)
Good Will Hunting (1997)
Cnar Macka, Beli Macor (1998)
Fight Club (1999)
Snatch (2000)
Moulin Rouge (2001)
Shreck (2001)
The Ring (2002)
Goodbey Lenin! (2003)
American Splendor (2003)
Little Britain seasons 1 & 2 (2003-2004)
The Incredibles (2004)
Sin City (2005)
Poirot – Os Filmes vol. 1

quarta-feira, setembro 19, 2007

250 €

A premissa é: não tenho dvds. O que posso comprar com 250 € de modo a ter um bom leque de opções? Resposta: Com 250 € já se consegue ter uma colecção base com alguma consistência. Tentei também aqui abarcar um vasto leque de opções. Se consegui ou não, não sei…

The General (1927)
Gone With the Wind (1939)
The Great Dictator (1940)
My Fair Lady (1964)
A Clockwork Orange (1971)
Fawlty Towers 1 & 2 (1975-1979)
The simpsons season 2 (1990-1991)
The Shawshank Redemption (1994)
Pulp Fiction (1994)
Seven (1995)
Braveheart (1995)
Trainspotting (1996)
Fight Club (1999)
Snatch (2000)
Moulin Rouge (2001)
Shrek (2001)
Good Bey Lenin! (2003)
Little Britain seasons 1 & 2 (2003-2004)
100 €

A premissa é: não tenho dvds, o que posso comprar com 100 € de modo a ter um bom leque de opções? Resposta: embora a oferta de dvds seja cada vez superior e a preços mais baixo, com 100 € não se compra muita coisa, mas podemos ter um leque engraçado de opções. Este pode ser um núcleo duro que se pode alargar com algumas adições esporádicas de obras.

Modern Times (1936)
Fawlty Towers 1 & 2 (1975-1979)
The Shawshank Redemption (1994)
Pulp Fiction (1994)
Seven (1995)
A Beautiful Mind (2001)
Shrek (2001)
Moulin Rouge! (2001)

P.S. (mais um) - Esta escolha foi feita com base no meu gosto pessoal tentanto abranger vários tipos de cinema. Qualquer outra pessoa teria feito outras escolhas.
AVISO à Navegação!

Tenho andado a matutar em ideias para realizar neste blog. Tenho uma ideia antiga que gostava muito de concretizar, mas há aqui um factor a ter em conta e esse é o facto tempo (os minutinhos são preciosos) - vaiter que ficar para depois. Mas...

...uma delas vai passar a cena neste seu espaço.

Vou pegar em diferentes somas de dinheiro (dinheiro virtual que o outro é caro) e comprar a melhor colecção de dvds que conseguir com esse dinheiro (em termos aproximados). Vou tentar que estas colecções representem vários estilos, obras importantes e obras de puro entretenimento. Aqui não se vai tratar apenas de listas de melhores filmes ou séries, mas uma tentativa de construir uma colecção equilibrada. Vamos ver se não faço porcaria da antiga...não seria inédito, mas claramente indesejável.

terça-feira, setembro 18, 2007

Poirot and his little grey cells



As histórias de Agatha Christie interpretadas por David Suchet são viciantes, e este é um vício com um elevado factor de contágio (alastra como fogo em mato seco).

David Suchet é quanto a mim e dos actores que vi interpretar o famoso detective o melhor, eleva a fasquia a um patamar que torna difícil a tarefa de um qualquer sucessor interpretativo.

Hercule Poirot (David Suchet) é um detective muito famoso que trabalha a partir do seu apartamento em Londres, a base do seu sucesso é o seu poder induto-dedutivo alicerçado na psicologia da mente humana. É coadjuvado (é a primeira vez que escrevo esta palavra e milagre dos milagres – não fosse eu religioso…- não cometi um impropério ortográfico) pelo seu amigo Cap. Hastings (Hugh Fraiser) e pelo inspector-chefe Japp (Philip Jackson), no entanto ambos não passam de meros auxiliares narrativos uma vez que o desenlace cai sempre sob a responsabilidade de Hercule (sinto-me tão familiarizado com a personagem que até já estou on first name basis com a dita). Este senhor é apaixonante pelos pequenos detalhes, o estar sempre impecavelmente vestido, a sua inadequação a locais menos aprazíveis, a bengala, os óculos, os inacreditáveis pequenos almoços, o bigode diagnosticante, e uma que aprecio particularmente é o facto de uma personagem tão brilhante, pelo simples facto de ser Belga, se enganar em algumas palavras inglesas e do seu deleite quando aprende um novo vocábulo.
A reconstituição dos anos 30 é muito bem feita, quer em termos de decor como da própria estrutura social. É uma série que embora não pareça é pontuada de ideias políticos sobretudo anti-nazis numa antevisão profética da segunda guerra mundial

Prefiro os filmes aos episódios da série, a construção e intrincado da acção é muito maior e mais complexo tornando a resolução do caso muito mais apaixonante e inverosímil. As edições Portuguesas dos filmes em três digipacks são das melhores que tenho visto, sobretudo do primeiro volume (uma das edições mais bonitas que possuo). Peca em termos de edição por serem simples feature films, sem qualquer extra.



segunda-feira, setembro 17, 2007

Os Melhores Scktechs de Monty Python

Ora cá vai fresquinho o primeiro heads up da nova vaga…

É sabido o meu apreço pela obra de Monty Pyton (ainda não desbravei completamente o The Pythons' Autobiography By The Pythons, que segundo o blog http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt vai ter tradução para Português), o The Holy Grail é perfeito. Sendo assim não podia deixar de ficar entusiasmado por dar esta noticia…Amanhã dia 18 de Setembro de 2007, estreia no Casino de Lisboa – Os Melhores Scktechs de Monty Python – (ler em voz alta e profunda com carregado sotaque britânico).

É uma tradução e adaptação de Nuno Markl, que como ele próprio diz foi feita com amor. Eu acredito que sim, e, pelo que sei o amor é sentido por muitos, uma vez que os ensaios gerais estiveram esgotados e as vendas para os espectáculos seguem a bom ritmo. O elenco é constituídos por alguns dos melhores actores da nossa praça com capacidade comprovadas para apresentarem textos com comicidade, a saber: José Pedro Gomes, António Feio, Miguel Guilherme, Bruno Nogueira e Jorge Mourato. A não perder (mais uma vez com a voz supra-citada).

Ainda não assisti, espero assistir, mas por enquanto não posso dar uma opinião formada, apenas formata pelo que li, no entanto só se esperam boas coisas – quanto mais não seja pela qualidade dos textos originais e do adaptador luso.

P.S. 1 – Atenção o humor Pythonesco não para todos (este agora podia ser lido como a parte final de alguns anúncios que dizem – não despensa leitura do prospecto e consulta médica)

P.S. 2 – Espero que nesta nova abordagem os irritantes Post Scriptum não se tornem vulgares, porque a vulgaridade é coisa que chateia.
P.S. 2.1 - Como diria Yul Brynner “Shall it be written, shall it be done” – e tenho dito - irra.
O novo fio de Ariadne
Pois é!

A periodicidade de textos postados (estas palavras novas dão mais substância ao texto, mais que não sejam por não concordarem com elas) neste blog tem sido baixa, muito baixa mesmo. Pelo que, os leitores fiéis deste blog (sim, estou a falar para vocês os dois) deixaram de o ser, não pela falta de qualidade dos textos, mas pela inexistência de textos para ler.

Decidi então tentar uma reformulação da minha postura em relação ao blog; agora é que este folhetim vai ficar famoso. Vamos ter novos tipos de posts, mais frequentes, assim espero, e mais diversificados. O núcleo do blog vai continuar focado sobre as edições em dvd de filmes e séries e sobre as recomendações para a construção de dvdtecas interessantes. Vamos ainda fornecer recomendações ou chamadas de atenção (heads up) para coisas que vão acontecendo no panorama cultural e que merecem atenção.

Espero que fiquem agradados pela nova abordagem que aí vem.

P.S. 1 - Pensei em dizer o famoso “I’ll be back” imortalizado por Schwarzenegger, mas depois apercebi-me que seria mais correcto um I’m back, como não me lembrei de nenhuma quote famosa com esta mensagem imponente…não disse.

P.S. 2 – É desta que escapo, escapamos todos, ao Minotauro.

segunda-feira, agosto 06, 2007

The General (1927)

Uma das mais reconhecidas, se não a mais reconhecida, obras de Buster Keaton. Baseado numa história verídica, “The General” é um filme cómico de acção em que apenas um homem (Keaton) persegue e enfrenta todo o exército do Norte na Guerra de Secessão.

Este filme tem a cena mais cara de sempre de um filme mudo em que um comboio vai a passar numa ponte que se desmorona, caindo a ponte e o comboio no rio que passa por baixo; tudo a bem do cinema real.

Com gags físicos excelentes, este é um filme com planos complexos e com uma linha narrativa interessante. A qualidade da edição também é muito interessante, edição de 2 discos em digipack.

quinta-feira, maio 24, 2007

Belarmino (1964) – A personificação da Lisboa dos anos 50 e 60

Belarmino Fragoso, engraxador, boxeur, colorista de fotografias.

Na Lisboa perdida, na noite boémia dos cabarés cafés e clubes nocturnos, percorremos a vida ao lado de Belarmino. Rapaz da cidade, da Mouraria pobre, percorre os Restauradores e o Rossio, tenta ganhar dinheiro para comer uma bola de berlim e beber um copo de leite como ele diz. É um homem com uma vida difícil, foi a promessa do boxe profissional Português que como tantas outras coisas não foi. O’neil dedicou-lhe um poema em que diz mesmo isto, tinha o jeito que todos temos, mas que ficou sem murro.

Será esta personagem uma figura de estilo descritiva da nacionalidade, da doença grave, como diz Batista Bastos, que é ser Português?

Este é um filme com uma estética muito interessante, um filme que tem que, deve, ser visionado repetidas vezes para perceber a complexidade inclusa na sua simplicidade, na movimentação na fluidez de Belarmino. Fernando Lopes introduz, em conjunto com um grupo de músicos do Hot Club, uma banda sonora cuja base é o jazz e o jazz truncado com bossa nova, numa clara colagem aos sons vanguardistas da época, podendo mesmo fazer-se quase uma leitura política, uma vez que estas sonoridades eram tidas como subversivas.

Num estilo documental Lopes e a narrativa de Bastos transportam-nos para uma realidade esquecida das pessoas que têm uma vivência difícil, para as quais se tem que aguentar mais um pouco para conseguir transpor o dia. Belarmino dizia, numa tentativa de esquiva ou numa visão frontal e prática que fome nunca tinha passado, que fome de três dias não é fome, que às vezes apetecia-lhe almoçar ou jantar e não podia, mas que isso não é fome. Há em Belarmino uma certa incoerência e uma pureza quase ingénua que nos faz torcer por ele, tornando-se no herói. Herói que quase foi nunca foi, mas é na sua cabeça e na nossa, o Belarmino boxeur que nunca perdeu um combate apesar da fome e da constante procura da sobrevivência e subsistência da sua família.

É um filme que aconselho a ver e a rever, acompanhado com a visualização dos extras que neste caso ajudam claramente a uma melhor compreensão dos diferentes níveis estruturais de Belarmino.

terça-feira, janeiro 16, 2007

The Illusionist – Aquilo que os olhos não vêem…

Este é um filme dotado de uma beleza transbordante e invulgar. É um filme que sobressai pela maneira como é filmado, pela conjugação perfeita de luz e sombra. O realizador Niel Burger, praticamente desconhecido revela-se aqui de uma forma muito madura, conseguindo uma boa fluidez narrativa, capaz de nos transportar no tempo apenas com técnicas cinematográficas. The Illusionist não se demarca dos restantes devido à história nem às interpretações mas pelo conjunto avassalador que estas fazem com a fotografia. Sem dúvida o melhor filme que vi no último ano, simplesmente brilhante.
Casino Royale – O retorno à acção

Este é um filme que fez correr muita tinta antes de ter estreado, antes mesmo de ter sido filmado. Daniel Craig foi tudo menos um nome CONSISTENTE entre os fans de Bond. Amado por uns, odiado por muitos, Craig teve realmente de provar o que valia neste filme.

Casino Royale apresenta-nos Bond antes da obtenção da licença 00. Este é sem dúvida mais duro, mais primitivo que as caracterizações feitas pelos outros 5 actores, um Bond sem os vícios da alta sociedade (inaudível é o facto de não pedir um Vodka Martini shaken not sterd!). Neste filme existe um menor recurso aos gadjets, havendo apenas uma menção a Q (sem qualquer aparição), dependendo o sucesso de bond, muito mais das suas capacidades físicas.

È bastante bem conseguido, sendo uma mistura do bond de Pierce e de Conery com um toque da saga missão impossível. Tentando aliar o charme ao musculo. A parte mais importante do filme é o jogo de póquer. É aqui que o filme falha, há uma clara falta de ligação de Bond com o Vilão (Le Chiffre – Mads Mikkelsen) limitando a intensidade das cenas.

No computo geral é um bom filme, mas ao qual falta a intensidade que o tornaria ainda melhor.

Eragon – A fábula do Herói

Adaptado do livro homónimo de Cristopher Paolini, Eragon é uma história de lendas de heróis e em última análise da superiorização do bem sobre o mal. Numa época de trevas a esperança renasce sobe a forma de um dragão e do seu cavaleiro. O mundo de magia é contagiante com cenários extraordinários e uma animação quase real.

Mas como nem tudo são rosas, a iluminação na sequência inicial do filme está exagerada, havendo uma notória artificialidade. Digno de nota é ainda um erro de montagem sensivelmente a meio do filme, pormenor que se espera ver corrigido na edição em DVD.

O filme tem um défice de intensidade em termos de continuidade. Embora a construção seja a correcta, começa com um enquadramento ligeiro e prossegue com incrementos inconstantes de intensidade, atingindo um pico de intensidade na altura indicada; falta intensidade ao filme. Parece-me ter havido um claro erro de casting no que refere ao rei, John Malkovich embora um excelente actor não tem o perfil indicado para esta personagem. O rei e ex-cavaleiro de dragões é uma personagem negra que iria beneficiar de um actor um pouco mais duro. Malkovich deixa as despesas dramáticas para Robert Carlyle que tem aqui mais uma interpretação muito consistente.

Espera-se o segundo filme para melhor avaliar o conjunto…por enquanto é um filme agradável mas sem grandes aspirações.