terça-feira, julho 21, 2009

Les Vacances de Monsieur Hulot (1953)


Jackes Tati veste o papel de Monsieur Hulot aquela que é a sua personagem mais carismática. É com esta personagem que Tati nos leva a regressar ao cinema de regras clássicas, como o cinema de Chaplin. Consegue transmitir emoções muito vivas com recurso a comédia situacional e de costumes, exacerbando a reacção do espectador com o auxílio exímio de uma banda sonora perfeita. Esta tradição do cinema mudo é transposta para uma realidade muito mais acelerada e muito mais exigente de uma forma sublime. Apenas Tati consegue segurar o espectador moderno numa cadeira de cinema com filmes de moldes mudos.

“Les Vacances de Monsieur Hulot” está, a meu ver, uns furos abaixo de “Mon Oncle” (1958) de que já aqui falei. No entanto não deixa de ser um exercício fabuloso de cinema e uma obra extremamente corajosa e arriscada. As férias como aqui são retratadas trazem-me um sentimento saudosista de quando as pessoas de férias, por se encontrarem deslocadas, se reuniam e novas amizades, ainda que efémeras, se firmavam apenas para se retomarem um ano depois em equivalente situação.

Nota: recebe um firme 3,5/5


P.S. Quero mais, quero mais filmes de Tati. O génio que veio de França.

quinta-feira, julho 09, 2009

Interesting movie facts #1

Olha, não me digas que há uma nova rubrica?
Há pois e logo do mais geek que há. Aqui vou falar de factos interessantes, para alguns, e maioritariamente desconhecidos sobre filmes.

Para estreia vou enumerar os filmes que alguém está a ver num filme. São portanto filmes dentro de filmes, verdadeiras homenagens em imagem real.

Bride of Frankenstein (1935) - Bride of Chucky (1998), Gods and Monsters (1998)
The Brides of Dracula (1960) – The Matrix Reloaded (2003)
The Criminal Code (1931) – Targets (1968)
The Dead Zone (1983) – Cat’s Eye (1985)
Duck Dodgers in the 241/2th Century (1953) – Close Encounters of the Third Kind (1977)
Frankenstein (1931) – Shocker (1989), Scream (1996)
Frakenstein Meets the Wolf Man (1943) – Alien Versus Predator (2004)
Freejack (1992) – True Romance (1993)
A Guy Named Joe (1943) –Polterigeist (1982)
Halloween (1978) – Halloween III: Season of the Witch (1982), Scream (1996)
Hellraiser (1987) – Basic Instinct (1992)
It’s a Wonderful Life (1946) – 976-EVIL 2 (1992), Gremlins (1984)
Night of the Living Dead (\968) – 976-EVIL 2 (1992), Halloween II (1981)
Invasion of the Body Snatchers (1978) – Gremlins (1984)
To Please a Lady (1950) – Gremlins (1984)
Night of the Lepus (1972) – The Matrix (1999)
Octaman (1971) – Gremlins 2: The New Batch (1990)
Rambo III (1988) - Gremlins 2: The New Batch (1990)
Plague of the Zombies (1966) – Fright (1971)
Rio Bravo (1959) – Get Shorty (1995)
The Quiet Man (1952) – E.T. The Extra-Terrestrial (1982)
Shogun Assassin (1980) – Kill Bill Vol. 2 (2004)
Stagecoach (1939) – The Apartment (1960)
Summer of ’42 (1971) – The Shining (1980)
The Thing From Another World (1951) – Halloween (1978)
Forbidden Planet (1956) – Halloween (1978)
The Third Man (1949) – The Man Who Fell to Earth (1976)
Billy Budd (1962) - The Man Who Fell to Earth (1976)
The Vampire Lovers (1970) – The Return of Count Yorga (1971)
White Zombie (1932) – Ed Wood (1994)
The Wolf Man (1941) – The Howling (1981)

E cá está uma lista perfeitamente inútil. Se conhecerem mais casos deixem um comentário.

segunda-feira, julho 06, 2009

Isto está Incorrecto!


Caros leitores e ocasionais voyeurs que passam aqui à porta e olham de soslaio pelo buraco da fechadura, descobri outra incorrecção de tradução. E como aqui em casa não gostamos nada de liberdades poéticas de quem não é poeta, sacamos da moca de Rio-Maior (que comprei na feira das tasquinhas) e Pumba! Agora até parecia o Jorge Coelho! (Quem se mete com o PS leva).

No filme mítico de John Carpenter “Escape from New York” (1981) acontece algo de muito estranho:

Hauk (Lee Van Cleef) – It’s a homing device.

Tradução: É um aparelho caseiro.

Correcto: É um aparelho de localização.

P.S. – Foi bom rever o grande Lee Van Cleef

P.S.2 – Qual o filme de 2008 tem no seu poster uma homenagem clara a este filme de Carpenter?

The Apartment (1960)


Desconheço a obra de Billy Wilder, um dos realizadores históricos, uma lenda (ganhou 6 Óscares da Academia e foi nomeado para mais 15). Este era um dos filmes pelos quais andava a salivar. Queria vê-lo, queria muito vê-lo. E vi-o em todo o seu esplendor, num preto e branco que me atrai. Jack Lemmon está como sempre perfeito e a sua interpretação neste filme fez-me lembrar Woody Allen (que me começa a parecer ser uma mescla profunda entre o seu ídolo Groucho e o Jovem Jack Lemmon), e alguns diálogos entre ele e Shirley MacLaine lembraram-me vagamente Annie Hall (1977) (não há dúvidas que Allen foi inspirado por Wilder).

Vamos ao que interessa porque temos de ir todos trabalhar. O filme é sublime, está bem filmado e soberbamente interpretado. Uma ode ao cinema clássico, num drama bem-disposto, mascarado de comédia.

Vi-o, mas quero vê-lo outra vez e depressinha. Só não sei se primeiro não vou ver os outros dois filmes de Wilder que tenho no caixote. Sim, no caixote porque me ofertaram um caixotinho com 3 obras-primas (assim espero) do Billy (agora que já lhe conheço parte da obra sinto que já somos íntimos).


P.S. Vamos a uma partidinha de Gin Rummy?


Nota: 4,5/5

sexta-feira, julho 03, 2009

Barton Fink (1991)


Um escritor é contratado para escrever um guião para um filme de wrestling. Sem conhecer nada sobre o tema, sem conhecer ninguém em Hollywwod e com o intuito de escrever um filme importante sobre o Homem comum, Barton Fink fica preso num quarto de Hotel sem saber o que escrever até que os acontecimentos à sua volta lhe trazem a inspiração que lhe fugia. Escreve aquele que considera o seu melhor trabalho, mas que não agrada ao seu patrão. O filme termina com um episódio estranho que expia a seu própria culpa, mas que o envia para um lugar estranho, sempre acompanhado da caixa.

Está muito, muito bem filmado e foi um prazer descobrir esta obra.

Nota: 4/5

quinta-feira, julho 02, 2009

The Hangover (2009)


Este é daqueles filmes de comédia que aparecem muito raramente e que têm a capacidade de se destacar completa e rapidamente do pelotão de filmes de comédia medíocres. Este batalhão indistinto de filmes é normalmente suportado apenas pelos galões de actores com provas dadas no género e que têm o único propósito de servir de acompanhamento para bidões tamanho jumbo de pipocas doces.

É puro divertimento do princípio ao fim com um turbilhão de situações inesperadas que fogem a lugares-comuns. Sem nenhuma estrela de primeira água nos papéis principais, o elenco entrega uma interpretação sólida e muito boa. Just a word of advice – sigam a carreira de Ed Helms, porque depois de ver este filme e comparar esta à sua interpretação no “The Office”, só podemos esperar boas coisas deste actor.

Vejam este filme porque vão ter uma boa experiência.

Nota: 4/5

P.S. – The Hangover 2 já está programado. Que esta não se torne num flop como a saga American Pie, da qual só os dois primeiros são bons filmes. Nas imortais palavras de Ramesés II – Shall it be written. Shall it be done.

quarta-feira, julho 01, 2009

Land of the Dead (2005)



A verdade é que não sou um connaisseur da série Dead de Romero, mas sei que este senhor criou uma escola, um género que tem seguidores em todo o mundo. Toda esta história não invalida o facto de este filme ser muito fraquinho e de não acrescentar nada ao universo Zombie. Desaconselho em absoluto a visualização desta obra, a menos que sejam fãs de Romero, mas se forem já o viram e este concelho não tem validade.

Nota: 1,5/5

Ui que temos uma desilusão!


Ter desilusões com alguns filmes é algo de que não nos livraremos nunca.

Já por aqui falei das desilusões que tive/tenho com algumas das séries que me forjaram como apreciador de televisão, mas esta desilusão também me aflige quando revejo alguns filmes.
Aconteceu-me com um filme do qual tinha muito boa impressão, “Dracula” (1992) do Coppola. Tenho uma bela edição deste filme que me foi oferendada, e revi-o a semana passada. O filme que eu julgava excelente, não o é, chega a ter algumas sequências anedóticas e nem o excelente elenco (Hopkins e Oldman) consegue salvar a minha ideia romântica da obra. Claro que ter o pior actor da história (K. Reeves) não ajuda, mas não é por isso que o filme não funciona como devia. É pouco apelativo e falha naquilo em Coppola é melhor, na narrativa.