sábado, janeiro 26, 2008

80th Annual Academy Awards



Chegou a altura do ano em que digo – Este ano vou ficar a ver a cerimónia dos Óscares. Acontece que isso nunca acontece. E porquê? – Porque dá tarde como caraças e eu tenho que dormir o meu soninho de beleza de 8 a 10 horas.

Pensei fazer aqui um pequeno comentário a algumas das nomeações para aquela que é de longe a cerimónia mais importante da indústria. Para algumas categorias o AddCritics vai avançar com o provável vencedor. Esta previsão é baseada em opiniões e em tendências que fui recolhendo em algumas preferências pessoais e sobretudo no hype que corre pela Internet. Como a grande maioria dos filmes ainda não estrearam em Portugal esta previsões tem pouca fundamentação real. Há ainda a acrescentar a isto o facto comum da alteração da dominância de preferências à medida que a cerimónia se aproxima e à medida que os estúdios vão exercendo pressão e gastando dinheiro em promoção.

Será que vamos ser surpreendidos pelas escolhas de vencedores como fomos pela não inclusão de alguns filmes nos nomeados? Possivelmente! E por isso é que esta altura doa ano é tão centrada na 7ª arte, que diga-se continua com o Glamour característico.

Best Motion Picture of the Year

“Atonement”
“Juno”
“Michael Clayton”
“No Country for Old Men”
“There Will be Blood”

AddCritics – “No Country for Old Men”, ou “There Will be Blood”

Esta escolha é difícil e vou dizer que há cerca de 60% de probabilidades de ganhar um destes dois filmes. Mas, “Atonement” saiu à frente nas previsões e pode ser que volte à mó de cima mais perto da cerimónia. No entanto o hype em torno de “Juno” é grande (maior do que aconteceu para “Little Miss Sunshine”). “Michael Clayton” confirma a tendência da academia a prestar atenção à critica politica e social, podendo este também ser um potencial late starter.

Best Preformance by a Leading Actor

George Cloney (“Michale Clayton”)
Daniel Day-Lewis (“There Will Be Blood”)
Johnny Deep (“Sweeny Todd: The Demon Barber of Fleet Streeet”)
Tommy Lee Jones (“In The Valley of Elah”)
Vigo Mortensen (“Eastern Promisses”)

AddCritics – Daniel Day-Lewis

É o principal favorito. Daniel Day-Lewis é considerado um dos melhores actores a fazer over acting. Mas nesta categoria há valores de peso: Johnny Deep, outro actor que é mestre em over acting, já merecia o Óscar (não pertenço à facção que defende que Deep não sabe representar). George Clooney, é actualmente um dos actores mais respeitados e com mais poder em Hollywood. Vigo Mortensen, tem conseguido agregar boas criticas e o publico considera-o um bom actor com representações muito sólidas. Tommy Lee Jones, é já um veterano cuja nomeação foi uma surpresa, interpreta o papel de um veterano de guerra que perde o filho no Iraque; uma realidade que está muito viva na comunidade Americana, pode tornar-se a surpresa dos Óscares. A mim parece-me que apenas Deep pode realmente roubar a estatueta a Day-Lewis, nesta disputa pode pesar o facto de Deep realmente merecer o Óscar e o facto de Day-Lewis já ter uma estatueta.

Best Preformance by an Actress in a Leading Role

Cate Blanchett (“Elisabeth: The Golden Age”)
Julie Christie (“Away from Her”)
Marion Cotillard (“La Môme”)
Laura Linney (“The Savages”)
Ellen Page (“Juno”)

Aqui há uma surpresa a não nomeação de Angelina Jolie por “A Mighty Heart”, e há uma curiosidade a assinalar, Cate Blanchett está também nomeada para Best Performance by an Actress in a Supporting Role; em principio Blanchett ganhará na segunda categoria ficando a primeira a ser discutida pelas restantes 4 actrizes.


Best Performance by an Actor in a Supporting Role

Casey Affleck (“The Assassination of Jesse James by The Coward Robert Ford”)
Javier Barden (“No Country for Old Men”)
Phillip Seymour Hoffman (“Charlie Wilson’s War”)
Hal Holbrook (“Into the Wild”)
Tom Wilkinson (“Michael Clayton”)

AddCritics – Javier Barden

Casey Affleck saiu na frente da corrida, mas informações internas dizem-me que Javier Barden pode tomar a dianteira e é actualmente o favorito à vitória. Só tenho que dizer que este actor merece de facto ganhar um Óscar (interpretação brilhante em “Mar Adentro”).

Best Performance by an Actress in a Supporting Role

Cate Blanchett (“I’m Not There”)
Ruby Dee (“American Gangster”)
Saoirse Ronan (“Atonement”)
Amy Ryan (“Gone Baby Gone”)
Tilda Swinton (“Michael Clayton”)

AddCritics – Cate Blanchett

Blanchett tem a poleposition nesta categoria num filme onde interpreta uma fase da vida de Bob Dylan.

Best Achievement in Directing

Paul Thomas Anderson (“There Will be Blood”)
Ethan Coen, Joel Coen (“No Country for Old Men”)
Tony Gilroy (Michael Clayton”)
Jason Reitman (“Juno”)
Julian Schnabel (“Le Scaphandre et le Papillon”)

AddCritics – Paul Thomas Anderson

Esta é uma previsão arriscada porque para além de Thomas Anderson fala-se também muito dos irmãos Coen. Mas como “Magnolia” é um filme excelente apontei baterias para Paul Thomas Anderson. Por outro lado o artista plástico tornado realizador Julian Schnabel parece-me ter algumas hipóteses.

Best Animated Feature Film of the Year

“Persepolis”
“Ratatuille”
“Surf’s up”

AddCritics – “Ratatuille”

Aqui penso que é uma corrida a dois “Ratatuille” (o filme de animação sensação do ano) e “Persepolis” que tem muitos adeptos e apoiantes. O facto de “Ratatuille” estar nomeado para Best Writing, Screenplay Written Directly for the Screen é visto por alguns como uma garantia de Óscar para melhor filme de animação. Esta categoria tem apenas três nomeados o que levou filmes como “Bee Movie”, “The Simpsons Movie” e “Shreck the Third” não serem nomeados. Aqui acho que se pode mesmo estranhar a escolha da Academia.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Charlie Wilson’s War (2007)


A primeira vez que fui ao cinema este ano e fui logo ver um excelente filme.

Este Biopic é um drama sobre a invasão Russa no Afeganistão e o armamento encoberto dos Afegãos pelos Estados Unidos. Feito com um humor apuradíssimo, a construção das personagens foi muito cuidada, sobretudo Charlie Wilson e Gus Avrakotos com belíssimas interpretações de Tom Hanks e Philip Seymour Hoffman, respectivamente. Para mim é um prazer ver este dois actores a representar, Hoffman foi para mim um gosto adquirido ao longo do tempo que cada vez preso mais.

Foi um dois filmes que mais me fez rir genuinamente nos últimos tempos e que bem que o humor é usado para contar uma história real sobre um drama agudo da politica internacional.

Recomendo vivamente um filme leve sobre coisas sérias.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Uma Lista…


Estamos em época de balanços e foi-me pedido para fazer uma lista dos 10 melhores filmes do ano. Claro que agradeci o pedido mas tive que dizer um sonoro e decidido “Eh pá se calhar não posso.”. Rejeitei porque não era honesto, só vi 15 dos 312 filmes que estrearam este ano.

Mas, porque mesmo tendo visto poucos dos filmes que por cá apareceram nas salas de cinema em 2007 vi filmes muito bons, resolvi falar deles.

Então cá vais disto:

Blood Diamond (2006) – Vi este filme um pouco na esteira dos Óscares do ano passado, e gostei muito. O filme é muito bem conseguido, o herói (DiCaprio) não acaba em glória, o que é sempre de louvar. A cor do filme é espantosa (assim para o amarelado). Outra coisa que me chamou à atenção neste filme foi mesmo o DiCaprio, este actor está cada vez mais a consolidar-se como um dos grandes. Tem uma gestão de carreira irrepreensível, correndo sérios riscos de se tornar um dos actores mais poderosos e influentes de Hollywood. Esperemos que não venha fazer borradas como aconteceu com Tom Cruise e os seus devaneios amorosos/cientológicos.

El Laberinto del Fauno (2006) – O filme que ganhou o Fantas foi-me apresentado como o melhor filme dos últimos anos. De facto está muito bem feito, é intenso, mas ainda tenho para mim que podia ter sido um pouco mais puxado, mas funciona bem ao deixar muito para a imaginação. Este filme cuja estória foi toda desenhada num caderno pelo Realizador e que fez furor por todo o mundo tendo arrecadado 3 Óscares é de facto um dos melhores do ano, e sê-lo-ia mesmo se tivesse visto os 312.

300 (2006) – Este filme é um festival visual. É grandioso. É muito bom. Quero mais Rodriguez/Miller, mais muito mais.

The Simpsons Movie (2007) – Ah pois este ocupa um lugar especial no meu coração. Anos e anos (17 para ser mais preciso, ou será exacto?) de série culminaram num filme que teve a capacidade de contar uma estória com todas as personagens por nós conhecidas e conhecidas da família amarela. Teve a particularidade de pedir participações a todos os autores que já haviam colaborado na série. Continuo a achar a música “Spider pig” genial. A título pessoal adorei a referência à pesca eléctrica e ainda por cima com um operador como o Homer – aos autores os meus profundos agradecimentos por este e por mais um sem número de segmentos fantásticos e que tornaram a sala de cinema tão aconchegante como a minha sala.

Stardust (2007) – Este filme é muito bom. Neste blogue já falei sobre ele, aqui: http://addcritics.blogspot.com/2007/10/stardust-2007.html.

Hot Fuzz (2007) – O filme que não ia estrear mas estreou. E ainda bem que estreou, porque é um filme delicioso, só a premissa é genial. Aqui: http://addcritics.blogspot.com/2007/11/hot-fuzz-2007.html.

Os filmes estão por ordem cronológica de lançamento em Portugal e não por ordem de preferência.

Dos que vi tenho que só que falar em:

Elizabeth: The Golden Age (2007) porque foi para mim uma desilusão, este filme criou em mim expectativas que não foram satisfeitas. Embora tenha um cuidado visual muito grande e tenha um apoio poderoso da banda sonora, a filme é lento, mastigado e o trio amoroso não enriquece em nada a trama. Aqui: http://addcritics.blogspot.com/2007/11/elizabeth-golden-age-2007.html.

Por contraponto, Youth Without Youth (2007) de Coppola que ainda não estreou é fantástico. Aqui: http://addcritics.blogspot.com/2007/11/festival-de-cinema-europeu.html.
Esta foi a lista possível, mais filmes tivesse eu visto e diferente seria com certeza. Agora que respondi ao desafio que me foi colocado coloco eu um desafio: E a vossa lista qual é?

terça-feira, janeiro 08, 2008

Conto mesmo muito curto e algo absurdo, talvez um pouco parvo mesmo, sobre cornos.

Olá bom dia, chamo-me Anacleto Sá e Sousa e tenho um problema capilar!

Como a maioria de vós não me conhece, e para que não me está a ver, vou explicar: tenho mesmo no início da linha de cabelo, mesmo em cima do lobo frontal dois remoinhos que forçam o meu cabelo a permanecer espetado, mas apenas, e atenção que isto é importante, nestes dois locais. Estas protuberâncias capilares parecem dois pequenos cornos, tivesse eu ascendência judaica e parceria um Tricerotops. Tenho que explicar que como a minha vida sexual é inexistente, estes ditos cornos não têm razão social de existirem, são somente perturbações foliculares. Esta incoerência capilar sempre me fez sentir um pouco à parte, por isso podem imaginar a minha felicidade quando ouvi a expressão “O corno de África” – aparentemente os povos Africanos aperfeiçoaram os seus problemas capilares por evolução convergente e têm somente um corno. Pelo que me resolvi a mudar para África e baralhar as contas à evolução em vez de 1 ou 2 remoinhos, por cruzamento, pode ser que consiga criar (qual pequeno Deus) uma super raça com 3 remoinhos (para que só chegou agora equivale a 3 protuberâncias capilares semelhantes a cornos). Está raça será rainha entre os Homens até porque já terá coroa.

Este é o meu projecto de vida, como vou ganhar dinheiro não sei…

Assina: A. Sá e Sousa, Hospital psiquiátrico da Baixa-da-Banheira (que para quem não sabe é o ralo – que mania de complicar as expressões, IRRA).

Nota do A. – Este é um desenvolvimento muito parvo feito por mim tendo por base o fenómeno geológico, ou será geográfico? Não, é geográfico do corno de Africa. Que giro que é transformar geografia em complicações capilares estúpidas. O que é que hei-de fazer? – o raio da demência está cada vez mais instalada, é que parecendo que não incomoda.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Hoje foram Matutinas.

Hoje acordei e a minha cabeça estava a mil. Ou como dizem os jogadores da bola esta a trabalhar a 110% (o que é uma clara impossibilidade). A verdade é que mesmo antes de os meus folículos capilares serem estimulados por um qualquer tipo de gel ou produto similar (mesmo antes de o meu coro cabeludo serem acariciado por um pente), estes foram os pensamentos que me assolaram durante o banho (onde de resto ocorrem cerca de 80% das minhas melhores ideias, não que estas sejam boas, mas…)

Existirá o Paraíso? E se existir será que lá posso ir? É que não vejo um concerto realmente bom em anos.

Existirá Inferno? E se existir será que me vendem um bilhete de autocarro, já procurei em todo o lado.

Estive a meditar um pouco sobre a expressão popular “Vai prá (para a) merda”. Para já é desagradável e depois é arrepiante por uma série de motivos, não sei ao certo quantos porque não me apeteceu contá-los. Primeiro merda é uma palavra do género feminino, ora como todos sabemos merda não é uma coisa muito asseada, logo devia masculino. Outra coisa que me incomoda é a proximidade com que algumas pessoas tratam este excremento, isto pode-se observar pelo uso do artigo definido - a. O que me deixa preocupado, ainda mais do que me mandarem para a merda, é o facto de conhecer pessoas que tratam a merda por tu e que me mandam para uma merda especifica e não para qualquer uma (há aqui uma relação de proximidade que me intimida, a sério).

Não quero que estas ideias sejam publicadas postumamente nem depois da minha morte (como o Woody Allen) mas AGORA, por isso é que as publiquei.

sábado, janeiro 05, 2008

The Rocky Horror Picture Show (1975)

Este é o filme que me pós em fúria para com a LNK – este senhores são os distribuidores deste filme. O que acontece é que eu adquiri este filme como sendo uma edição de dois discos – DOIS DISCOS – mas a verdade é que lá dentro só tem UM – Pombas, isto não está correcto.

Este episódio fez-me ficar com um pouco de asco a alguém, não sei muito bem a quem mas a alguém.

Tinha grandes expectativas em relação a este filme. Este foi o filme que esteve mais tempo numa sala de cinema sendo exibido semanalmente durante 27 anos. Este tipo de recorde só pode ser alcançado por um grande filme – Certo?

Tanto a capa do dvd como o que já tinha lido sobre o filme transmitiam-me sentimentos viscerais, o que nem sempre é bonito. A verdade é que não adorei o filme, mas gostei muito de o ter visto. Gostei de o ter visto porque este filme estabeleceu novos padrões para o estranho. Tudo no filme é chocante, todas as personagens são não convencionais, em boa verdade todo o filme é não convencional com uma roupagem de musical pós-moderno.

Tenho que dar a mão à palmatória no que toca à personagem principal, Dr. Frank-N-Furter, e ao actor que a interpreta Tim Curry. Nunca gostei de Curry como actor (também o meu conhecimento da carreira deste actor é diminuto), mas neste filme está sublime e foi a melhor escolha para o papel, está perfeito, tem uma interpretação cheia de ambiguidade e muito insinuosa o que se cola na perfeição ao filme e permite que o espectador seja conduzido pela personagem principal a locais obscuros.

Ponderando tudo têm de ver este filme, vai ajudar à expansão dos horizontes aceites por vós num filme. Vide vide!