sexta-feira, setembro 26, 2008

Rope (1948)


Dois jovens decidem perpetrar o crime perfeito. Matar um amigo de longa data e dar uma festa em que os convidados são: a namorada os pais e amigos do falecido. Esta festa decorre na mesma divisão em que o corpo está escondido. Tentam provar que a pessoas de intelecto superior as regras instituídas da sociedade não se aplicam e que os de mentalidade inferior são dispensáveis. Matar pode ser uma arte!

Mas um deles ao ser demasiado convencido e ambicioso põe tudo a perder com pormenores e ao convidar, por o admirar intelectualmente, que desvenda todo o mistério.

O que torna este filme conhecido é o facto de toda a acção se desenrolar numa única divisão e com poucos cortes visíveis, parecendo que o filme foi feito apenas num take. A verdade é que foi filmado em 10 takes tendo, os mais longos, uma duração ligeiramente superior a 10 mins (comprimento máximo de fita suportada pelas câmaras de filmagem da época).

Quanto a mim não será o melhor filme de Hitchcok, mas é um exemplo perfeito do seu brilhantismo enquanto realizador (sobretudo pela idealização da movimentação dos actores em cena e pelas deslocações da câmara).

Como sempre nota-se o sentido de humor muito negro de Hitchcock.

Nota: 3,5/5

Humm...e a cerimónia dos Óscares?

Ui que já correm caracteres e caracteres na net sobre quem deveria apresentar a próxima cerimónia dos Óscares.

O hype anda em torno de Ricky Gervais. Quanto a mim seria uma bela escolha (dêem-lhe liberdade criativa para articular o texto dele com quem for entregar os prémios e verão magia a acontecer). Tem, no entanto, um handicapt terrível, é inglês, e isso pode limitar seriamente as suas hipóteses.

Outro nome muito pedido pelos cibernautas é o de Robin Williams. A mim também me parece bem, embora prefira Gervais. Williams iria fazer um belo trabalho (he is a one man show).

Parece-me que John Stewart, embora também referido, esteja a perder a polposition nas preferências do público.

A ver iremos!

E você, caro leitor, quem gostaria que apresentasse a grande cerimónia?

terça-feira, setembro 23, 2008

The Third Man (1949)


Porque não se pode ver um filme actual sem equilibrar a balança, tomem lá um quase sexagenário!

Este filme é considerado por muitos um dos melhores filmes de mistério de todos os tempos. Conta com a participação do génio, Orson Wells e é produzido por dois gigantes do cinema Alexander Korda e David O’Selznick. O filme conta com planos peculiares e tem uma bela sequência filmada em parte no sistema de esgotos de Viena (virá dai parte de “The Fugitive” (1993)?).

Gosto do tom do filme e de partes do mistério, mas esperava mais de um filme com tal sucesso e fama. No entanto, caros leitores, aqui fica a pergunta: Quem é o terceiro homem?

Nota:3,5/5

Be Kind Rewind (2008)


Olha comédia, é pó menino e pá menina!

O que acontece quando uma loja de vídeo está à beira da falência e todas as cassetes ficam sem imagem? Para evitar a falência re-filmam todos os filmes do stock.

Imaginem o que é re-filmar clássicos como Ghostbusters e Driving miss Daisy! Uma confusão. O filme torna-se interessante porque toda a comunidade se junta e apoia a pequena loja de vídeo. Os novos filmes tornam-se um grande sucesso que culmina na recriação da vida de uma lenda local em que toda a comunidade participa. Todo o filme mostra uma criatividade e um engenho fabulosos.

É um filme agradável que vele pelas cenas de filmagem dos filmes, e por nos trazer um pouco da nostalgia dos clubes de vídeos e do bom e velhinho VHS.

Nota: 3/5

segunda-feira, setembro 22, 2008

No Country for Old Men VS There Will be Blood


Então cá vai disto. Finalmente vi os dois protagonistas dos Óscares deste ano. Como vêm ando sempre sempre em cima do acontecimento. Quem ganhará esta disputa? Não vale irem lá a baixo ver as notas.

Os dois são bons filmes, nenhum é excepcional, e nenhum merece o rótulo de excelência do Óscar, mas há um que, quanto a mim, se superioriza em relação ao outro.

Vou tentar defender o ponto de vista, que é de baixo para cima porque agora estou sentado.

No Coutry for Old Men (2007)



Gosto dos planos usados, planos abertos com paisagens ermas, bom ponto de vista para um filme com narrativa vaga e acção lenta (muito parecido com o “Paris Texas” (1984) de Wim Wenders). A estória tem o seu interesse, mas podia ter sido mais explorada. De qualquer forma desiludiu-me pela expectativa que tinha acumulado (o mesmo aconteceu com o próximo filme).

Ther Will be Blood (2007)


Filme com um potencial enorme que ficou reduzido aos conflitos internos de uma personagem. Daniel Day Lewis rouba todo o protagonismo e o filme baseia-se no overacting de Lewis e de Paul Dano (que continua a dar provas de grande capacidade interpretativa). É mais filme que o anterior e assentar-lhe-ia melhor o rótulo de melhor filme.

E cá temos o veredicto AddCritics. “There Will be Blood” é melhor filme que “No Country for Old Men”, o que significa que a Academia cometeu um erro. Mas, quem sou eu para dizer mal do Olimpo of film making?

Nota: “No Country for Old Men” – 3/5

Nota: “There Will be Blood” – 3,5/5

Around the World in Eighty Days (1956)




Cantinflas é o Passepartout!! Bem este filme tem que ser bom com aquele que foi considerado pelo Chaplin como o maior comediante do mundo, num dos papeis principais. Venha de lá ele, que eu estou cá para o ver.

A história de Verne é conhecida, até foi alvo de um remake e de séries infantis. Um Senhor rico da alta sociedade Inglesa aceita uma aposta em como consegue dar a volta ao mundo em 80 dias.

Este filme carrega um sentido de grandiosidade e de aventura que é brilhantemente interpretado por David Niven como Phileas Fog e por Cantinflas como Passepartout. É muito agradável ver como uma personagem da burguesia Inglesa embarca numa aventura cheia de peripécias e que o leva aos locais mais dispares e desconexos que possamos imaginar.

Foi filmado na altura em que Cantinflas atingia o expoente de notoriedade e de fama, era à altura considerado a maior estrela do cinema (e era mexicano, Hollywood já foi menos preconceituosa), e foi este filme que roubou o Óscar a “The Ten Commandments”.

Vejam este filme que é uma experiência muito enriquecedora, não se deixem desencorajar pelas quase três horas de filme, este é o tipo de filme em que o tempo passa a fugir e não podia mesmo ser mais curto.

NOTA: 4/5

sexta-feira, setembro 19, 2008

O cinema vai mal…


Porque é que os recentes nomeados aos Óscares desiludem? Porque não são assim tão bons…

Já não temos os filmes de excelência de outros tempos, a marca Óscares carrega uma mística que se perde a cada anos com filmes fracos a ganharem os Óscares. São poucos os filmes recentes que se podem considerar grandes filmes. Já não há filmes merecedores de Óscares.

Quando voltamos a ter um ano como 1957? em que tínhamos dois filmes gigantescos, quality wise, a concorrer (a saber “The Ten Commandements” e “Arround the World in Eighty Days”). Um ano em que Yul Brynner (Rameses II de “The Ten Commandements”) ganhou o Óscar para melhor actor pelo “The King and I”. Quando é que algo desta importância volta a acontecer? Hem?

Queremos que o selo de qualidade Óscar volte a significar excelência e não apenas filmes bons. Senhores produtores toca de apostar em tornar os filmes em clássicos. E tenho dito.

P.S. A minha faceta de sindicalista veio ao de cima. Mas é por pouco tempo que a esquerda mói…onde pus mesmo a boina??

quarta-feira, setembro 17, 2008

As grandes trilogias do cinema


Como todos sabemos, estamos na Rentrée. Quer seja política, escolar, ou mesmo a nível profissional este é tempo em que as pessoas se aplicam e trabalha-se mais numa semana que num mês normal. Viva à produtividade, todas as semanas deviam se semanas de Rentrée pós-silly-season.

Então este tempo de folga fez-me pensar em questões realmente importantes. Então cá vai.

Quais as grandes Trilogias do Cinema? Aquelas que são mesmo grandes, imponentes, importantes e que mudaram a face do cinema mundial.

Eu estou em posse da grande resposta. E, inesperadamente vou partilha-la com os meus leitores.

Então cá vai disto ó Evaristo:

The Godfather (1972-1974-1990)


Ok, o terceiro filme não é tão bom como os dois primeiros. Mas, mesmo assim é bom o suficiente para esta ser uma das grandes trilogias do cinema, agregando o público e a critica numa aclamação continua. Nunca antes e nunca após surgiu uma trilogia de drama tão bem conseguida, tão envolvente e com uma narrativa tão bem conseguida. O Coppola merece o reconhecimento de ter realizado um manual que serve de bitola para todos os outros filmes de máfia.

Star Wars (1977-1980-1983)




Nenhuma outra trilogia pode ambicionar atingir a fama o sucesso e angariar uma legião de fãs como a primeira trilogia “Star Wars”. Ainda hoje estes filmes deslumbram quem os vê pela primeira vez.

Nunca o mercado paralelo de Merchandising atingiu tais proporções. Todas as crianças em determinada altura querem naves e bonecos Star Wars. Este universo criado por George Lucas, trouxe um fôlego imenso ao género de ficção científica de acção e aventura, com cenários fantásticos, perseguições a alta velocidade, batalhas e lutas com efeitos cénicos brilhantes. Todos os ingredientes num grande Melting Pot originaram a mais mítica de todas as séries de filmes. I kid you not! May the force be with you!

The Lord of the Rings (2001-2002-2003)


Esta foi a trilogia que nos espantou a todos. Que os livros eram das maiores obras literárias do Séc. XX, já se sabia, o que não se esperava era uma adaptação tão fiel ao imaginário criado por Tolkien. Bem hajas Peter Jackson por isso.

Na verdade esta trilogia é um filme contínuo realizado de forma contínua e cada um dos filmes não deve ser analisado de forma isolada. Esta é até agora a mais perfeita das trilogias feitas.

Estas são as grandes, as mães delas todas, mas há mais duas trilogias que não queria deixar de mencionar:

Indiana Jones (1981-1984-1989) e Back to the Future (1985-1989-1990) que embora não tenham o calibre, enquanto filmes, das três referidas anteriormente, foram marcos importantes no cinema que ainda hoje têm uma grande legião de fãs. E vamos ser sinceros dão um prazer do caraças. São, talvez ainda mais que os primeiros, filmes que se num zapping passarmos por eles ficamos agarrados à televisão (será a isto que se chama um Guilty Pleasure?)




terça-feira, setembro 02, 2008

The trouble with Harry (1955)



O mestre dos mestres presenteia-nos com algo de surpreendente, uma comédia. É certo que os seus filmes têm sempre um pouco de comédia negra, é também sabido que o seu sentido de humor era apuradíssimo e por vezes brejeiro. No entanto, “The trouble with Harry” rompe com o anterior percurso de Hitchcock e surpreende pela leveza da estória e pela leviandade com que se trata a morte, podemos especular se o “Love and death” de Allen bebe influências deste filme (dois dos realizadores mais influenciados pelo tema Morte).

Gostei mesmo muito desta comédia sobretudo porque não sabia ao que ia quando vi este filme, penso que Hitch se deve ter divertido imenso com a perspectiva de brincar com as expectativas e ideias preconcebidas dos espectadores. A verdade é que mais de 50 anos passados, este filme ainda mantém esse carácter de surpresa e de deleite.

O meu conselho, vejam este filme porque vale a pena (é delicioso) é uma estória sobre relações pessoais numa pequena localidade, fala ainda da descoberta do amor e pelo meio há um corpo que insiste em ser enterrado apenas para voltar a ser desenterrado (lembra-vos algo? “Weekend at Bernie’s” (1989)? Não? Enfim…)

Nota: 4/5