segunda-feira, novembro 26, 2007

Vidas de Carvão




Há posts que me dão especial prazer escrever, este é um deles. Este sábado a minha prima, Paula Lemos, lançou um livro. É verdade tenho uma família que é de uma erudição que vai lá vai!

O livro tem por base a tese de mestrado sobre as carvoeiras do Pilado do concelho da Marinha Grande, e intitula-se “Vidas de Carvão”.

Pegando nas palavras do Professor Moisés Espírito-Santo e adulterando-as um pouco, este livro funciona como uma cápsula do tempo em que costumes antigos são mantidos, guardados para as gerações futuras permitindo assim a perpetuação dos acontecimentos. Porque os acontecimentos são como as coisas, sem serem percepcionados não existem, do mesmo modo que as estrelas só passaram a existir quando o Homem olhou para o céu e tomou consciência da sua existência, também os acontecimentos e as vivências perecem na face do esquecimento. Sendo o primeiro trabalho publicado sobre a arte e as vivências duras pejadas de provações extremas das carvoeiras do Pilado, tem um papel fulcral na etnologia social e cultural do concelho e do País.

Mais cápsulas do tempo como esta devem ser criadas um pouco por todo o País para permitir que as vivências e o saber popular das sociedades rurais continue a existir.

Os meus parabéns sinceros por um livro que lerei algures no tempo, na certeza que o património cultural não será extinto pela poeira das eras.

sexta-feira, novembro 23, 2007

Pura Anarquia



Acabei hoje mesmo (aquando de um nutritivo piqueno almoço) de ler o último livro de Woody Allen. O que posso eu dizer para além de EXCELENTE. Meus senhores este livro é fantástico. É constituído por pequenas histórias, e todas têm uma forte componente cinematográfica. O que quero eu dizer com isto? Quero dizer que À medida que ia lendo cada uma das histórias ia formando na minha cabeça imagens e planos que se adequariam na perfeição à trama.

Todos os capitulo são surreais e todos dariam grandes curtas-metragens com potencialidades para longas – alguém que comprar os direitos, fazemos uma parceria e já está, até imagino os títulos da imprensa – Novo filme de Woody Allen realizado e comercializado por Portugueses – tinha pinta não tinha?

O que mais me impressionou na escrita (e foram os primeiros texto do Woody (que familiar…) que li) foi a complexidade da construção frásica e uma esquizofrenia cativante na descrição de sensações e de situações – de mestre – associadas sempre a uma componente cultural muito forte. Este senhor deve saber mais e ter lido mais que 10 000 Portugueses (contra mim falo, porque tenho péssimos hábitos de leitura, mas esforço-me).

Tenho que expressar e enviar uma palavra de apreço para o/os tradutores deste livro, que deve ter sido no mínimo complicadíssima (Allen escreve cada palavrão em forma de comboio que nem em Português percebi alguns), conseguir reproduzir uma teia de discurso assim tão intrincada – PARABENS!

Aconselho vivamente a leitura deste aglomerado de ideias brilhantes.

Dizem-me que os livros anteriores do mestre são muito bons também – tenho que ver se consigo deitar-lhes as mãos e desbravá-los violentamente.

terça-feira, novembro 20, 2007

Incomparavelmente superior!

Esta é uma expressão que serve para chamar a atenção. Foi o que me aconteceu ao ver um noticiário e ouvir uma jornalista dizer isto. Chamou-me a atenção e causou-me asco.

O que quer dizer esta expressão?

Eu digo-vos o quer dizer – NADA, não tem qualquer significado, alguns diriam mesmo que está completamente desprovida de significado. Porque, e pensem agora um pouco comigo, se é superior é porque é comparável – ou não é? Estarei eu enganado ou superior não é um sinónimo de maior? E maior não é um termo comparativo?

O número 3 e uma casa, isto sim são coisas incomparáveis.

Senhores jornalistas, atençãozinha porque são profissionais, se um não profissional comete um erro linguístico é grave mas dos senhores espera-se muito mais.

P.S. – O resto da reportagem estava muito bem feita, não fosse eu assim e talvez tivesse gostado.

sábado, novembro 17, 2007

Como prometido...

Caros leitores, na quadra que se aproxima o que é que têm fazer? CONSUMIR, consumir até mais não! ah haha haha (ler com voz grossa e poderosa)

E para vos auxiliar nessa árdua tarefa cá estou eu para que com o mesmo comprem mais e melhor. Porque já se sabe dinheiro mal gasto é uma pena. Gastar dinheiro sim, mas com juizinho porque tem que se fazer comprinhas proveitosas. A sorte que os leitores têm por poderem contar com os grandes concelhos deste bloque magnifico. Ah pois é!

Então cá vão as propostas. Algumas, eu próprio já as tenho por isso já estão a ver são mesmo boas.

Os valores estão eu Euros ou em Libras podem ver pelo símbolo € ou £ a seguir a um valor numérico intermediado por uma vírgula (é este símbolo aqui “,”), porque a ultima vez que conferi ainda estávamos em Portugal e aqui usa-se a vírgula para separar as partes da unidade (picuinhices é o que é). Por isso usem vírgulas e não esses símbolos presunçosos que são os pontos (“.”). Pelo menos a virgula não é adimensional como o ponto, o que parecendo que não lhe dá muito mais carácter.

FNAC:

Little miss sunshine (2006) – 9,95 €
Colecção Robet Rodriguez (El Mariachi + Desperado + Era Uma Vez no México) – 11,95 €
Pack Jurassic Park X3 – 21,90 €
Pack Superman Collection (1 + 2 + 3 + 4) – 33,90 €
Pack Triologia Homem Aranha – 29,95 €
Pack Colecção Padrinho (X5) - 24,95 €
As Aventuras de Indiana Jones: A Colecção Completa (X4) - 24,95 €
Triologia Regresso ao Fututo (X4) - 16,95 €
Top Gun (1986) – 8,95 €
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999) – 6,95 €
A Rainha (2006) – 8,95 €
Poirot – os filmes – Vol.1 – 19,95 €
Vol.2 – 14,95 €
Vol.3 – 14,95 €

CDWOW:

Perfume (2006) – 6,99 £
The Batleship Potemkin (1925) – 6,99 £
Grease Box Set (1 + 2) – 8,99 £
The Gremlins Collection (1 + 2) – 6,99 £
The Goonies (1985) – 4,99 £
Urban Cowboy (1980) – 2,99 £
Big Fish (2003) – 2,99 £

AMAZON.UK (a este preços tem que se adicionar o IVA e os portes de envio):

Miller’s Crossing (1990) – 3,97 £
Police academy: The Complete Collection (X7) – 17,97 £
Frankenstei/The Bride of Frankenstein – 4,97 £
Crocodile Dundee 1 & 2 Dvd Boxset – 5,47 £
Ed Wood (1994) – 4,98 £
Mission Impossible: Ultimate Missions Collection (X5) – 11,98 £
Gone With the Wing (X4) (1939) – 4,98 £
The Bellboy (1960) – 3,97 £
The Full Monty (1997) – 3,97 £
Zorba The Greek (1964) – 5,47 £
The Beverly Hills Cop Triology – 6,98 £
Lawrence of Arabia (1962) – 4,97 £
Clockwork Orange (1972) – 4,97 £


P.S. – esqueci-me de referir que 10% do valor das compras revertem para mim! De onde estes vieram há mais, muito mais… Wahaha Wahaha!

sexta-feira, novembro 16, 2007

Anúncio

Vou postar aqui neste cantinho da Internet, bons negócios que encontrei em termos de DVD, tanto em lojas on-line como em estabelecimentos físicos. Grandes pechinchas de coisas com grande qualidade.

Só uma notinha: Chavez eu se fosse a ti calava-me, até porque o outro é grande e é Rei que parecendo que não é uma posição de respeito (ah pois é!! Ia-me esquecendo que Espanha até é um grande investidor e cliente da Venezuela –digamos que são daqueles amigos que vale a pena manter) – por isso fica caladito e sugadito no teu canto (que o cubano já teve mais força – há até quem diga que já morreu, vê tu bem), é que não há pachorra – CALA-TE.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Festival de Cinema Europeu

Os mais atentos a estas coisas do cinema, cultura e arte, já ouviram falar do festival de cinema Europeu que está a ter a sua primeira edição no Estoril. Almodôvar foi o homenageado do certame, havendo uma retrospectiva da obra deste realizador Espanhol.

Para lém de Almodôvar, estão a passar muitos filmes de vários realizadores, filmes já consagrados dos grandes Brian de Palma e David Lynch (do qual está a passar gratuitamente a série integral “Twin Peaks”) entre outros. Este filmes consagrados não estão a concurso, mas há ainda vários filmes para descobrir na competição oficial. O festival oferece ainda concertos e conferencias e como já disse muitos filmes para todos os gostos (foi com agrado que vi na programação um filme do Charlot) até dia 17.

O addcritics não poderia deixar de estar presente neste evento e qual foi o filme escolhido? “Youth Without Youth” (2007) de Francis Ford Coppola (o génio por detrás da triologia “The Godfather”). O filme é excelente, soberbo. Retirado a um elenco vastamente desconhecido Coppola consegue entregar ao público um filme não linear, distante do expectável e muito bom. Ah grande Coppola! Sem dúvida uma aproximação ao cinema contemporâneo em que já não se conta uma história mas sim dramas interiores ou dúvidas existenciais permitindo ao espectador ter controlo sobre a real ordem dos acontecimentos. Mais, Coppola neste filme explora planos não convencionais, olha para o mundo de outra forma, o que para um realizador estabelecido é de louvar. É um realizador que aprende nos anos em que está parado e ensina quando está activo. Já tinha ganho a minha admiração, mas cimentou-a com este filme. Parece que em 2009 vai lançar um novo filme assinando como realizador “Tetro” cá estamos a aguardar com ansiedade.

Agora vem a parte pior e que pode ser largamente melhorada nas edições vindouras do certame. Em primeiro lugar o preço praticado parece-me excessivo (pelo menos no Casino Estoril), sobretudo devido às péssimas condições em que o público visiona o filme. A sala no Casino Estoril é péssima (não há espaço para as pernas e a sala de projecção não está separada da sala de espectáculo pelo que os cinéfilos são assolados por uma luz que lhes impede um visualização perfeita da película). Outro factor a ter em conta é a venda de artigos relacionados com festival, havia peças com muito interesse, mas, e focando-nos em dvds, o staff responsável não conseguiu fornecer informações (provavelmente porque não lhe foram fornecidas a eles) sobre diferenças entre as edições simples e as De Lux. A única informação que o staff era capaz de fornecer era o preço dos artigos (nada que uma tabela não resolvesse).

De qualquer forma aproveitem para ver concertos (que são de graça) e filmes que ainda não estrearam.

quarta-feira, novembro 07, 2007

The League of Gentlemen – Apocalypse (2005)

E uma vez os universos tocaram-se!

Royston Vasey é mítico, o local onde ninguém gostaria de viver. As personagens são, não tenho qualquer problema em dizê-lo, GENIAIS.

Neste filme há um entrelaçar de universos reais e ficcionados, em que personagens de The League of Gentlemen vêm ao encontro dos criadores da série para impedir que estes deixem de escrever sobre Royston Vasey impedindo com isto a destruição do seu mundo. È uma comédia britânica negra em que vemos cabeças a explodir (e atenção este não é um filme com zombies, porque nesses é que se vêm cabeças a explodir amiúde) e seres estranhos e extraordinários, até o diabo faz aqui uma perninha.

Acabamos de o ver e queremos ver mais, queremos ver outro.

Como ponto negativo aponto apenas o facto de nunca terem, os personagens, proferido a frase mais que mítica “Are you local?”, mas vem escondida na capa do DVD.

Para melhor apreciar este filme tem de ser ter algum conhecimento prévio das personagens – é ver as séries.

P.S. Quais buracos negros qual quê no fundo o que é preciso é uma chave grandalhona e as catacumbas de uma Igreja…nada mais simples não sei para que são tantas discussões astronómicas!!

Ainda sobre Elizabeth – The Golden Age

Agora que os filmes na tela têm intervalos podemos escutar as conversas dos vizinhos de cadeira e perceber o que estão a achar do filme até aquele ponto. Na fila acima daquela em me refastelava, um senhor profere a sua opinião para os seus convivas, que quais comensais bebiam da sua imensa sabedoria quase com uma devoção apostólica. O senhor dizia algo como: “Acho muito boa a recreação histórica, Inglaterra teve mesmo uma batalha com Espanha.”

Pronto, cá está uma afirmação bombástica, por dois motivos primeiro o filme tem sido criticado pela incorrecção histórica e por outro lado por dizer o obvio. Quem haveria de dizer que aquela batalha existiu mesmo?

Mas do mal, o menos, este senhor não perderia o concurso “Sei menos que uma criança de 10 anos” porque este senhor sabe o mesmo…

terça-feira, novembro 06, 2007

E a prenda é...



Recebi dos meus queridos progenitores um DVD. Há lá coisinha melhor que receber um DVD de oferenda? Por acaso até há mas para o efeito façamos de conta que não.

Recebi o “Time Bandits” (1981) realizado por Terry Gilliam com argumento de Gilliam e de Michael Palin não fosse eu fã dos Monty Python e não teria gostado nada desta oferta, mas sou e por isso apreciei.

Só me resta ver o filme e já se sabe com Terry Gilliam temos que estar à espera de qualquer coisa (expect the unexpected).

Elizabeth: The Golden Age (2007)

Fui ao cineminha (se tivesse usado a expressão “pegar um cineminha” – tinham permissão para me dar um tiro porque claramente algo de muito errado se passava comigo) aproveitar os preços reduzidos de segunda-feira. Bem Bom! (não foi bem como na canção das Doce)

O trailer deste filme causava-me arrepios sempre que o via, decidi logo após a primeira vez que o vi que tinha que ver o filme na grande tela (foi amor à primeira vista).

É um filme de uma beleza assombrosa, com uma belíssima interpretação dos actores e com uma belíssima realização, MAS…o filme é lento, a narrativa é pegajosa, falta ali fluidez (que pode ser dada em dois locais fulcrais, ou no argumento ou então na sala de montagem), outra coisa que falta é impacto dramático nalguns momentos chave do trama. Esses momentos sim deveriam ter sido um pouco alongados e empolados na montagem (de facto a montagem é a pior parte do filme, há quem diga que é a incorrecção histórica – eu admito que não sei o suficiente para criticar a recreação histórica).

Outra coisa que é claramente incorrecta para um Português é estar ali a torcer para que os Ingleses ganhem a batalha, não pode ser meus senhores, a invencível armada (como nunca foi chamada no filme) era também Portuguesa, ah pois é!, porque nesta altura estávamos sobre o julgo Espanhol (Castelhano – como lhe quiserem chamar – admito que nem sei o epíteto correcto a usar aqui, pombas pá) e também nós sofremos uma derrota humilhante.

Não fiquei maravilhado com o filme, até porque ainda por cima perdi a batalha – nem nos filmes nos safamos.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Hot Fuzz (2007)

Coube-me mais uma vez a penosa tarefa de ir ao cinema, e de vos repostar, caros leitores, o acontecimento!

Mas desta vez gostei foi à borla na antestreia de Hot Fuzz , como é que consegui lá ir? Mandando um mail para a operação Hot Fuzz no blogue do Markl (http://havidaemmarkl.blogs.sapo.pt). Este autor foi responsável pelo lançamento deste filme nas salas de cinema. Anteriormente agendado apenas para lançamento directo em DVD. Só lhe podemos estar gratos por isto, o filme é do catano.

Mas para além a agradável sensação de libertar uma mesa para o grande Markl e a sua comitiva poderem ter um nutritivo e altamente calórico jantar, tive também a agradável surpresa de encontrar mais de uma dezena de amigos, que não via desde os tempos da faculdade, na mesma antestreia (não me lembro de ter visto tantos biólogos juntos sem estarem a discutir algo cientifico – mas se calhar deveu-se ao facto de estarmos lá de graça).

A conversa pré e pós visionamento foi bem catita e interessante. O filme foi de facto muito bom, parecia que estávamos a ver um episódio da dita Britcom mas em grande – até houve explosões vejam lá. O filme é uma sátira aos grandes blockbusters de acção sendo esse o seu grande gag (como o próprio Markl referiu). Para além do intrigante enredo e da magnifica vila inglesa temos neste filme um batalhão de actores conhecidos e que nos lembram coisas tão importantes como Spaced, The Office, 24 Hours Party People, Black Books, Peep Show, Love Actually, James Bond, e mais algumas que me estou certamente a esquecer. Um deleite de comicidade bem aprazível.

Vejam o filme, vale bem a pena.

Citando José Sócrates, e o meu sentimento em relação a este visionamento – Porreiro pá!