segunda-feira, março 30, 2009

Paris


Bem cá me estou regressado de Paris. Aquela cidade tende muito, muito, para o interessante. E mais uma vez tive um prazer imenso de lá estar. Sofia como sempre foste a melhor companhia possível, mas disso tu já sabes.


O que se passa com os preços dos bens em Paris? Parecia que estavam a brincar comigo quando me diziam os preços – Inacreditável! Está tudo doido! A verdade, verdadinha é que é uma cidade majestosa e muito agradável, mesmo com o frio que por lá se sentia.

Vim com mais 25km nas perninhas que se começaram a queixar no primeiro dia. Estou prontinho, preparado mesmo, para uma semana de trabalho árduo, desde que não tenha que andar para lado nenhum.

quarta-feira, março 25, 2009

What really grinds my gears!


Decidi usar neste post o nome da rubrica que o grande Peter Griffin tinha no jornal da noite na televisão. Neste programa Peter falava de coisas que o irritavam sobremaneira.
Então what really grines my gears:

Não percebo a sério que não percebo o porquê da pessoa que fica atrás de mim numa fila de supermercado querer estar a menos de meio passo de mim. Será que por estar mais perto de mim a fila se vai mover mais depressa? Ou é mesmo só para me chatear? Fico bastante incomodado, porque àquela distância capilar interfere claramente com a minha zona de segurança e conforto. Senhores e senhoras dêem um pouco de espaço às pessoas que ficam à sua frente na fila, é cívico.
O que também me irrita muito, muito, são os “Chico-espertos” que com o seu “chico-espertismo” se recusam a ficar numa fila de carros e a cumprir ordeiramente as regras básicas de comportamento e respeito na estrada. Para estes seres, que não correm perigo de extinção (pelo contrário), uma fila de carros é para ser contornada e apenas se colocam na faixa correcta a 5cm do separador pisando sempre o maior número possível de raias, porque senão não vale a pena e não há emoção. Tenham santa paciência, estes senhores e senhoras, que eu cá não promovo sectarismos, são uns paspalhos e deviam pagar por isso.
Então e o que dizer das pessoas que não são capazes de fazer um esforço e usar o cérebro? Esta massa grande que temos na extremidade superior do corpo serve para algo mais do que controlar os mecanismos fundamentais do organismo, serve para pensar. Uii que isso cansa e dá trabalho. Porque carga de água é que os/as lojistas usam a máquina de calcular para tudo? 5*2 é uma conta difícil? Não é pois não? Mas eu já a vi ser feita com o recurso a uma maquineta. Será que estamos a especiar para algo menos evoluído? Usem a cabeça e pensem. Uma vez num balcão do meu banco tive de corrigir duas vezes a senhora que me estava a atender, porque mesmo com recurso a uma calculadora não conseguiu resolver um problema simples (nível da 3ªa classe) de aritmética. O que se passa connosco?

Ide pensar! É o que vos digo por agora! Ide pensar

P.S. Já agora deixem de comer pipocas na sala de cinema.

sexta-feira, março 20, 2009

Slumdog Millionaire (2008)


O filme que foi o rei da cerimónia dos Óscares deste ano é merecedor, é de facto digno da estatueta de melhor filme, mas a concorrência andou sempre a morder-lhe os calcanhares. Este ano os nomeados para melhor filme foram muito equilibrados e é mesmo assim que deve ser.

Chegou mesmo a ser ponderada a hipótese de apenas lançar este filme no mercado de DVD e de aluguer sem nunca estrear numa sala de cinema e apenas em salas de estar. Felizmente esta ideia peregrina do estúdio não foi à vante e sozinho levou oitos Óscares. Impressionante. Este filme teve um triunfo completamente inesperado e prova que nem sé de orçamentos fabulosos vive o cinema.

“Slumdog Millionaire” conta a história de vida de um jovem habitante dos bairros de lata de Bombaim (Slumdog) e de como a sua vida lhe garante um certo número de ensinamentos e de conhecimentos que lhe permitem ganhar um famoso concurso de televisão (Millionaire) e assim salvar o grande amor da sua vida. Ao longo do filme vamos saltitando cronologicamente entre as várias fases da vida do protagonista e vemos uma realidade, que embora polida é chocante. O que mais me atraiu no filme foi a forma de contar a história, a forma encontrada para encadear a narrativa é invulgar e brilhante. Ao longo do concurso as perguntas sucedem-se e as respostas encontram-se algures “perdidas” no passado do concorrente, revivemos essa parte da sua vida e descobrimos o porquê da resposta, parece que tudo estava escrito...

Algumas pessoas têm criticado o final do filme em que os protagonistas rebentam numa dança a que se juntam as restantes personagens. Tenho sobre isto a dizer duas coisas, 1. é uma homenagem que o realizador faz ao cinema indiano e 2. acontece durante os créditos finais, numa altura em que o filme tinha já terminado (enquanto história). Por isto não me parece que seja assim tão descabida, e mesmo que fosse não tem qualquer influência no filme, e este não deve ser diminuído por isto.

Como sempre e ainda mais com a influência indiana o filme termina de forma perfeita, isto é, o bem vence o mal e o rapaz fica com a rapariga.
Nota: 4/5

quinta-feira, março 19, 2009

Vamos exorcizar mais uma vez?


Olá a todos caros leitores. Em primeiro lugar bom dia! E em segundo uma perguntinha – Porque não estão a trabalhar? – Eu sei. Porque são todos, uma cambada de calões. E ainda bem porque se todos fossem bons trabalhadores não havia 8,5% de taxa de desemprego, mas sim 40% o que colocava o país numa situação desagradável. Por isso leiam o blogue de fio a pavio que é bom para a economia. Desde já venho aqui propor que esta seja uma medida extraordinária, com carácter permanente, do governo como forma de luta contra a crise que nos assola desde milnovecentosetrocaopasso.

Desta vez fiz um exorcismo a priori isto é vi o filme que me andava a assombrar e só depois vos vim contar. Comprei este DVD no Porto quando lá passei uns diazitos de férias nos idos de 2006. Esta é a parte gira dos objectos, têm uma história, carregam memórias.

Exorcismo # 3


La Gran Aventura de Mortadelo y Filemón (2003)


Este filme é puro divertimento, sempre acompanhado por um banda-sonora muito boa, que nos faz sentir bem ao ouvi-la e encaixa perfeitamente no filme. Soube-me muito bem ir à prateleira buscar o DVD e revê-lo. Esta foi uma compra completamente às cegas e que boa compra. Já se tornou um guilty pleasure. Tenho perfeita noção que este não é um grande filme, nem tem a pretensão de o ser e esta é a grande diferença, mas eu gosto e gosto muito. E pronto, é apenas para minha diversão, por isso não me interessam os preconceitos para com este tipo de humor simples. E sinceramente está muito bem feito. Aqui está uma adaptação de BD que me satisfaz.


Nota: 4/5 porque é muito divertido e despretensioso.

sexta-feira, março 13, 2009

The Watchmen (2009)


Lá fui ver o filme mais aguardado desde “The Dark Knight”, com as expectativas ao pulos mas sempre com uma, também aos pulos, pulga atrás da orelha, porque as criticais lidas e ouvidas divergiam entre mini obra-prima e desilusão retumbante.

Em primeiro lugar devo dizer que sou um total desconhecedor da Banda-Desenhada que originou o filme. Sei apenas que é uma das BD mais consagradas a nível mundial ombreando mesmo com os melhores livros de todos os géneros.

A primeira coisa que se destaca neste filme é sem dúvida a banda sonora. Muito boa e refrescante, a selecção de músicas foi muito bem pensada e quebrou com convenções dando alguma profundidade e um impacto diferente a algumas sequências contrariamente ao esperado num filme deste género. Foi mesmo o melhor do filme. A Realização e toda a estética do filme é muito bem conseguida sendo algumas cenas muito gráficas e bem feitas, um prazer ver. Mas, e nestas coisas normalmente há algum senão, o filme peca por falta de intensidade, a história é diluída entre muitas personagens, estas personagens têm muito pouca interacção e o filme perde com isso. Num único filme tenta-se construir personagens, várias, no presente e no passado, tenta-se contar uma história em que o enquadramento é muito reduzido, tenta-se passar uma mensagem e ainda explorar os conflitos interiores de várias personagens. É curto, não consegue tudo e banaliza a história que devia ser o fio condutor.

Tenho lido que o melhor do filme é o Roschach , mas a mim pareceu-me que a narração foi um pouco forçada. Para mim o melhor foi mesmo o Comedian. Jeffrey Dean Morgan foi sem dúvida a escolha ideal para este filme roubando todas as cenas em que participa.

O filme está carregado de influências, podem vir já da BD não sei, mas a war room é uma cópia da do “Dr. Strangelove”, mesmo as imagens de Marte, lembram algumas imagens do “2001: A Space Odyssey”. Merecida homenagem.

Já agora o que se passa em termos de caracterização? É Péssima, tirando o Moloch, o Nixon parece que tinha um nariz feito de Silly Putty e a Silk Spectre I em velha tinha mais metros de pele enrrugada que a Lili Caneças (nunca, mas nunca pensei escrever um texto em que a Lili entrasse).

No geral o filme vê-se bem, tem a intensidade de acção suficiente para que os +160 minutos sejam suportáveis, mas tem pouca intensidade dramática. Não é a obra-prima anunciada e não será lembrado como muito mais do que um filme de Super-heróis. É demasiado ambicioso e não é capaz de entregar o que se propõe.

Já vi quem coloque este filme no mesmo patamar do “The Dark Knight”, para mim falamos de coisas diferentes. O segundo é um filme melhor muito mais interessante e em termos de abrangência muito menos ambicioso conseguindo uma melhor construção de personagens.

Este filme sofre um problema comum em muitos filmes, algumas partes são muito boas, mas o conjunto, por uma razão ou outra, não funciona.

Nota: 3/5

quinta-feira, março 12, 2009

Relato de uma estranha viagem à Venezuela


Hoje de manhã dei um salto à Venezuela, fui e voltei! E vim de lá uma sensação estranha. Apetece-me vestir uma T-Shirt vermelha encimada por uma camisa vermelha com dois bolsinhos.

A verdade é que tive de ir à embaixada da Venezuela em Lisboa, por isso estou a dizer a verdade e estive em território Venezuelano durante 10 minutos (lá por ser num 4º andar da Avenida Duque de Loulé não deixa de ser “solo” lá das Américas). Fui muito bem recebido e encaminhado para uma pequena sala de espera onde me pude sentar a olhar, a admirar uma parede cheia, CHEIA, de fotografias do Sr. Hugo Chávez. Vi Hugo Chávez a fazer tudo o que nunca pensei ver fazer, sinto mesmo que o conheço intimamente. Vi-o a trabalhar nas obras, vi-o a provar delicatessens Venezuelanas, vi-o a fazer um exame aos olhos (estou a falar a sério) e vi-o em poses de líder de estado (com o fato, a faixa e o ouro ao peito) e em poses de líder revolucionário em discursos inflamados. Dois outros artefactos que me chamaram à atenção foram dois bonecos insufláveis dele (sim, bonecos insufláveis de Chávez pululam a “sua” embaixada em Lisboa), bonecos sempre-em-pé. Então olhei para o boneco e juro que ele me disse: Eu não posso, não vou ser derrubado.

Fiquei um pouco perturbado, mas confesso que achei um piadão (quero lá saber que isto não seja uma palavra) à propaganda política que se faz numa embaixada. Fiquei a sentir-me um super-herói que em pouco tempo viaja para outro continente. Para viagens de 10 minutos aconselho mesmo uma ida à sala de espera de uma embaixada.

quarta-feira, março 11, 2009

Vamos exorcizar?


Há filmes que parecem cair no esquecimento, e que quanto a mim são poucos discutidos. De vez em quando alguns destes filmes perseguem-me e durante uns dias penso neles. Entâo como modo de os exorcizar vou passar a falar deles aqui. Normalmente os filmes que me assombram são bons filmes, que eu não me deixo assombrar por porcaria, filmes que o meu subconsciente quer que eu reveja, e se ele quer, assim seja porque ele é um chato...

Exorcismo #1



“24 Hour Party People” (2002) – Muito bom mesmo, é Britânico e basta. A Banda sonora é fantástica, não fosse este um BioPic sobre um produtor de música. É um filme essencial!



Exorcismo #2


"Crna macka, beli macor" (1998) – Para mim Kusturica no seu melhor. Mais um filme essencial que não deve ser esquecido. O que eu gosto mesmo, mesmo, é de ver um bando de gansos a passear num filme, Ólarilas!

segunda-feira, março 09, 2009

Ghost Town (2008)

Hoje Ra está contente, vamos chamar Heliopolis a Lisboa (só, só por hoje). ok?
Eu tenho um lema: Se tem a mão do Gervais é bom de certeza. Depois de ver este filme mudei o lema: Se tem a mão de Gervais não é mau, mas se for escrito por Gervais é muito bom.
Como este filme só tem a participação de Gervais, não é mau.


Eu gostei, é filme pouco ambicioso sobre relações pessoais, perdão e o poder da amizade e do amor. Quando os sentimentos conseguem ultrapassar a morte.

Comédia leve ideal para ver, em casa, de forma despreocupada durante um fim-de-semana.

Nota: 3/5

domingo, março 08, 2009

The Reader (2008)


O retrato de uma paixão fugaz, com sentimentos que perduram ao longo de décadas. O impacto que a descoberta da paixão pode ter na nossa vida é abordado neste filme de uma forma muito íntima. Todo o filme é uma viagem ao mais íntimo da personagem. É um filme muito bom, que todos devem ver, mesmo que humanize algumas monstruosidades.

O papel que um livro pode ter na reconciliação e na memória...
Nota: 4/5

P.S. Terá sido a vergonha ou a necessidade de expiação que a levou a assumir uma mentira?

sexta-feira, março 06, 2009

L’Heure d’été (2008)


Fui a convite de um amigo ao Nimas ver um filme do qual sabia muito pouco. Sabia apenas que entrava a enfermeira do paciente Inglês, e sejamos francos é uma fraca razão para ir ao cinema, mas eu queria conhecer a sala de cinema Nimas, então fui (e ainda bem). Temos de apoiar estas salas em vias de extinção porque se não apenas temos salas que impulsionam o consumo de pipocas e bebidas várias com intervalos encaixados à martelada em filmes de 90 minutos que ficam retalhados como se dum jardineiro inexperiente munido de um aparador de sebes se tratasse. Se, depois de ler a frase anterior desprovida de vírgulas, ainda têm fôlego continuem a ler porque já falta pouco para vos falar do filme.

O filme é Francês, que ao contrário do que muitos dirão é uma vantagem, pelo menos para mim porque não conheço os actores e não lhes associo uma personalidade diferente da da personagem e assim posso ver um filme sem qualquer tipo de preconceitos (um luxo!). Conta a história de uma família separada pela distância e por vidas profissionais que provocam evoluções divergentes. Quando o último elemento agregador desaparece a família desmembra-se por completo. Há no entanto uma ternura muito grande, uma ternura ligada a objectos que em muitos casos podem ser alvo de afectos como se de uma pessoa se tratassem. O filme tem uma beleza intrínseca e uma calma que marca o passo da história, história esta em que a casa de família e os objectos se tornam personagens por vezes centrais.

Estes filmes de produções à margem de Hollywood são mais reais, mais cruas e com uma luz muito mais natural, havendo no entanto um maior cuidado na construção de personagens e na composição dos cenários e das cenas.

Apoiem o cinema Europeu e dêem Vivas quando o filme acaba. Nunca têm vontade de aplaudir quando um filme acaba? Serei parvinho por ter essa vontade? Ou serei parvinho por contê-la?

Fiquem bem que o tempo no canal não vai mal e para pior não me parece que vá!
Nota: 3,5/5