terça-feira, setembro 18, 2007

Poirot and his little grey cells



As histórias de Agatha Christie interpretadas por David Suchet são viciantes, e este é um vício com um elevado factor de contágio (alastra como fogo em mato seco).

David Suchet é quanto a mim e dos actores que vi interpretar o famoso detective o melhor, eleva a fasquia a um patamar que torna difícil a tarefa de um qualquer sucessor interpretativo.

Hercule Poirot (David Suchet) é um detective muito famoso que trabalha a partir do seu apartamento em Londres, a base do seu sucesso é o seu poder induto-dedutivo alicerçado na psicologia da mente humana. É coadjuvado (é a primeira vez que escrevo esta palavra e milagre dos milagres – não fosse eu religioso…- não cometi um impropério ortográfico) pelo seu amigo Cap. Hastings (Hugh Fraiser) e pelo inspector-chefe Japp (Philip Jackson), no entanto ambos não passam de meros auxiliares narrativos uma vez que o desenlace cai sempre sob a responsabilidade de Hercule (sinto-me tão familiarizado com a personagem que até já estou on first name basis com a dita). Este senhor é apaixonante pelos pequenos detalhes, o estar sempre impecavelmente vestido, a sua inadequação a locais menos aprazíveis, a bengala, os óculos, os inacreditáveis pequenos almoços, o bigode diagnosticante, e uma que aprecio particularmente é o facto de uma personagem tão brilhante, pelo simples facto de ser Belga, se enganar em algumas palavras inglesas e do seu deleite quando aprende um novo vocábulo.
A reconstituição dos anos 30 é muito bem feita, quer em termos de decor como da própria estrutura social. É uma série que embora não pareça é pontuada de ideias políticos sobretudo anti-nazis numa antevisão profética da segunda guerra mundial

Prefiro os filmes aos episódios da série, a construção e intrincado da acção é muito maior e mais complexo tornando a resolução do caso muito mais apaixonante e inverosímil. As edições Portuguesas dos filmes em três digipacks são das melhores que tenho visto, sobretudo do primeiro volume (uma das edições mais bonitas que possuo). Peca em termos de edição por serem simples feature films, sem qualquer extra.



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