sexta-feira, março 20, 2009

Slumdog Millionaire (2008)


O filme que foi o rei da cerimónia dos Óscares deste ano é merecedor, é de facto digno da estatueta de melhor filme, mas a concorrência andou sempre a morder-lhe os calcanhares. Este ano os nomeados para melhor filme foram muito equilibrados e é mesmo assim que deve ser.

Chegou mesmo a ser ponderada a hipótese de apenas lançar este filme no mercado de DVD e de aluguer sem nunca estrear numa sala de cinema e apenas em salas de estar. Felizmente esta ideia peregrina do estúdio não foi à vante e sozinho levou oitos Óscares. Impressionante. Este filme teve um triunfo completamente inesperado e prova que nem sé de orçamentos fabulosos vive o cinema.

“Slumdog Millionaire” conta a história de vida de um jovem habitante dos bairros de lata de Bombaim (Slumdog) e de como a sua vida lhe garante um certo número de ensinamentos e de conhecimentos que lhe permitem ganhar um famoso concurso de televisão (Millionaire) e assim salvar o grande amor da sua vida. Ao longo do filme vamos saltitando cronologicamente entre as várias fases da vida do protagonista e vemos uma realidade, que embora polida é chocante. O que mais me atraiu no filme foi a forma de contar a história, a forma encontrada para encadear a narrativa é invulgar e brilhante. Ao longo do concurso as perguntas sucedem-se e as respostas encontram-se algures “perdidas” no passado do concorrente, revivemos essa parte da sua vida e descobrimos o porquê da resposta, parece que tudo estava escrito...

Algumas pessoas têm criticado o final do filme em que os protagonistas rebentam numa dança a que se juntam as restantes personagens. Tenho sobre isto a dizer duas coisas, 1. é uma homenagem que o realizador faz ao cinema indiano e 2. acontece durante os créditos finais, numa altura em que o filme tinha já terminado (enquanto história). Por isto não me parece que seja assim tão descabida, e mesmo que fosse não tem qualquer influência no filme, e este não deve ser diminuído por isto.

Como sempre e ainda mais com a influência indiana o filme termina de forma perfeita, isto é, o bem vence o mal e o rapaz fica com a rapariga.
Nota: 4/5

2 comentários:

Gonçalo disse...

Olá.

Infelizmente ainda não tive tempo de no meu blog falar sobre este filme, mas aqui vão algumas considerações.

Primeiro, apesar de achar que é um óptimo filme, acho que de entre os nomeados havia melhores. Para além disto, tendo em conta que este realizador já fez Trainspotting, este filme quer-me parecer que irá ser sempre uma obra menor da sua filmografia.

Quanto à opção de lançar o filme só para dvd teria sido um erro absurdo, ainda bem que isso ñ aconteceu assim.

Se é verdade que a forma de contar a história é original e muito bem conseguida, também é verdade que se tentou esconder muita da realidade mais crua e dura existente na Índia o que torna o filme menos honesto do que seria de esperar.

Quanto ao final, piscar de olhos a bollywood ou não, esteja ou não já nos créditos finais para mim aquilo foi uma perfeita parvoíce. Não diminui o filme mas de certa forma caricaturiza.

Depois o final, o bem vence o mal perece e bla bla bla... é muito por isto que para mim o filme perde algum valor, é descolado da realidade mundana. O mundo não é preto e branco, tem vários tons de cinzento, e as histórias de felicidade total e completa são tão raras como muitos fenómenos cósmicos. Eu sei que é gosto pessoal, mas pintar o mundo cor-de-rosa para mim não é particularmente interessante.

Roberto Simões disse...

Gostei muito do filme. Tem uma alegria contagiante.

Cumps.

Roberto F. A. Simões
CINEROAD