sexta-feira, março 06, 2009

L’Heure d’été (2008)


Fui a convite de um amigo ao Nimas ver um filme do qual sabia muito pouco. Sabia apenas que entrava a enfermeira do paciente Inglês, e sejamos francos é uma fraca razão para ir ao cinema, mas eu queria conhecer a sala de cinema Nimas, então fui (e ainda bem). Temos de apoiar estas salas em vias de extinção porque se não apenas temos salas que impulsionam o consumo de pipocas e bebidas várias com intervalos encaixados à martelada em filmes de 90 minutos que ficam retalhados como se dum jardineiro inexperiente munido de um aparador de sebes se tratasse. Se, depois de ler a frase anterior desprovida de vírgulas, ainda têm fôlego continuem a ler porque já falta pouco para vos falar do filme.

O filme é Francês, que ao contrário do que muitos dirão é uma vantagem, pelo menos para mim porque não conheço os actores e não lhes associo uma personalidade diferente da da personagem e assim posso ver um filme sem qualquer tipo de preconceitos (um luxo!). Conta a história de uma família separada pela distância e por vidas profissionais que provocam evoluções divergentes. Quando o último elemento agregador desaparece a família desmembra-se por completo. Há no entanto uma ternura muito grande, uma ternura ligada a objectos que em muitos casos podem ser alvo de afectos como se de uma pessoa se tratassem. O filme tem uma beleza intrínseca e uma calma que marca o passo da história, história esta em que a casa de família e os objectos se tornam personagens por vezes centrais.

Estes filmes de produções à margem de Hollywood são mais reais, mais cruas e com uma luz muito mais natural, havendo no entanto um maior cuidado na construção de personagens e na composição dos cenários e das cenas.

Apoiem o cinema Europeu e dêem Vivas quando o filme acaba. Nunca têm vontade de aplaudir quando um filme acaba? Serei parvinho por ter essa vontade? Ou serei parvinho por contê-la?

Fiquem bem que o tempo no canal não vai mal e para pior não me parece que vá!
Nota: 3,5/5

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