domingo, junho 01, 2008

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull (2008)

Há quem adore o cheiro de Napalm pela manhã. Eu, pessoalmente gosto de filmes do Indiana Jones, seja onde for, no cinema ou em casa. Gosto e pronto.

Este foi um dos filmes mais aguardados do ano, não só por cinéfilos, mas também por todos os que cresceram com estes filmes. Devo ter visto a trilogia original vezes sem conta. Como diz a canção …time and time again…! Ia com expectativas muito altas e como não o vi em dia de estreia fiz os possíveis para passar ao lado das críticas que sinceramente me andavam a perseguir. E não foi fácil porque entre colegas que já o tinham visto e as criticas que estavam sempre a aparecer nos sítios da net que frequento, estava a tornar-se complicado.

Gostei do filme, não dei pelo passar do tempo (o que é bom) e fiquei chateado comó araças quando a meio de uma cena de acção desaba um intervalo de 7 minutos. Meus caros senhores, não se interrompe um Indy,é apenas uma daquelas coisas que não se faz, mais atençãozinha da próximas vez! OK?

Onde é que ia? Ah! Gostei do filme, gostei da sensação que o filme me transmitiu e achei que a ligação aos filmes anteriores foi bem conseguida. Gostei até da forma como foi encarado o envelhecimento da personagem. Agora não gostei de tudo do filme, para já fiquei um pouco desiludido com a interpretação de Cate Blanchett, que sem estar mal não deslumbrou (atenção que acho esta uma das melhores actrizes da actualidade), a cena das lianas à la Tarzan era dispensável, bem como a explosão nuclear (o ano em que o filme se passava era suficiente para nos colocar no centro da guerra fria) que nada, nada, veio trazer de novo ao filme, o casamento é uma maneira de fechar o ciclo que não me pareceu ter funcionado da melhor maneira. Agora o que me pareceu mesmo excessivo foi o final da aventura com a nave espacial e tudo mais, para mim tinha tudo sido melhor com uma simples restituição do crânio, e pronto.

Agora quero só discutir um pouco sobre uns pontos que vi referidos na net em relação à inverosimilhança deste filme:

ETs – Em todos os filmes anteriores, os artefactos procurados tinham algo de místico. Dois deles, a arca da aliança e o cálice sagrado estavam directamente relacionados com religião. Neste filme também o artefacto é místico e também está relacionado com reliagião. Agora, na nossa matriz Judaica-Cristã estamos habituados a associar Deus a uma qualquer representação Etérea e não a seres físicos. Para a civilização em questão, os ETs eram os seus Deuses (vários seres uma única consciência, até parece um pouco o mistério da santíssima trindade). Portanto não fugiu muito à temática dos outros filmes.

Quedas de água – Este é um pouco estranho, porque para quem realmente gosta dos filmes anteriores e aceitou coisas como três pessoas atirarem-se de um avião em pelo voo num barco salva-vidas insuflável que se insufla já em queda livre, parece-me no mínimo estranho não aceitar três quedas de água.

Temos que pensar que todos estávamos com medo de termos as expectativas logradas e procurámos qualquer defeito para apontar. Houve algumas falhas no argumento, alguma incoerência, mas como todo o espírito foi restabelecido, a ligação aos outros filmes foi cuidada e sobretudo pelo grande prazer que me deu ir pela primeira vez a uma sala de cinema ver um Indiana Jones, gostei muito do filme e recomendo, mesmo para quem não goste da série (embora duvide que exista alguém).

1 comentário:

Gonçalo disse...

ENA!!!
Grande Poli, também gostei muito do filme!
Na generalidade concordo contigo, sobretudo no que diz respeito ao intervalo desrespeitoso que nos impõem a meio do filme.

Amigo já tinha tentado explicar a outros amigos que é comum assumir-se que na base do conhecimento de uma civilização antiga estão seres místicos muitas vezes encarados como extra-terrestres (como é o caso da Atlântida, Inca, Maia-estes 2 últimos não estou tão certo!- entre outros exemplos que sinceramente não me recordo), mas a tua explicação é de facto muito boa e conclusiva. A maldita matriz judaico-cristã é muito tramada, cria-nos limitações inconscientemente.

Em relação às restantes cenas "inverosímeis" é um perfeito disparate achar isso estranho num Filme do indiana Jones!
Corações arrancados com a mão, pessoas que quase tocam na lava e não morrem, cavaleiros que duram centenas de anos, pontes invisíveis e água que mata ou regenera consoante o copo por onde é bebida são cenas do imaginário Indy e ninguém as questiona.

Para mim o maior problema do filme é termos crescido (afinal já passaram uns anitos!!!) e não olharmos para tudo com os olhos de uma criança crente e sequiosa de aventuras.

Grande abraço

P.S.:Já te tinha enviado um comentário mas ñ sei que lhe aconteceu!