terça-feira, fevereiro 03, 2009

Topaz (1969) e a necessidade de tudo ser perfeito.


“Topaz” é um bom filme de espionagem, centrado na crise dos mísseis de Cuba. Há uma promiscuidade entre Estados Unidos, Rússia, Cuba e França num jogo de bastidores que define o resultado desta crise. Hitchcock decide, neste filme, não usar grandes estrelas e usar actores menos conhecidos. Perde o filme por não ter uma aura de estrelato e um cunho de garantia de qualidade, mas os actores escolhidos têm o carisma necessário para interpretar uma história como esta. Há neste filme também um claro intuito de mostrar situações melodramáticas, mas com o cuidado de não as exacerbar impedindo que estas retirem protagonismo à crise em causa. A cena de abertura mostra a grandiosidade de uma parada militar Russa, que no decorrer do filme e por contraponto é derrotada pela astúcia de um punhado de homens.

No entanto “Topaz” não pode ser considerado um filme excelente, por dois motivos, primeiro porque não é uma obra-prima, não tem um grande factor de surpresa, e segundo porque empalidece por comparação com outros filmes do Mestre. Mas a verdade, como dizem alguns críticos, é que fazer um filme bom, e “Topaz” é bom, é já uma tarefa bastante difícil e não devemos desdenhar este filme apenas por não ser um dos melhores Hitchcocks de sempre.

Do meu ponto de vista, que como normalmente é de cima para baixo, este filme deve ser visto e desfrutado como um filme de espionagem que nasceu na mesma década que o Rei de todos os espiões.

Nota: 3/5

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