Vi estes filmes quase em simpatria temporal, e gostei de ambos. São os dois relactivamente desconhecidos ou desconsiderados, porque nunca antes tinha deles ouvido falar. Então puxo eu agora de uma caixinha de sabão e faço deste canto o meu mui privado Speakers’ Corner. Bem sei que se vou falar de Nova York, Londres não é para aqui chamada...mas apeteceu-me!
New Stories (1989)
Este filme perseguia-me há bastante tempo. Queria vê-lo mesmo sabendo muito pouco sobre ele. Apenas sabia que era uma colecção de 3 histórias contadas por 3 realizador que admiro. E para mim basta. Os realizadores são o Scorcese, o Coppola e o Woody Allen. Temos então 3 contos de 40 minutos cada, com apenas uma coisa em comum, todos se passam na Big Apple.
Scorcese leva o prémio. É a melhor história das 3, é a mais envolvente e a melhor realizada. A música é fenomenal e assume-se como mais uma importante parte da história.
Coppola fica com o bronze. A história não me empolgou nada.
Allen, não deslumbra mas leva todo o conto a extremos de absurdo, como só ele o sabe fazer. Numa das interpretações mais neuróticas de sempre Allen vê-se a braços com a mãe a habitar o céu de Nova York...e mais não digo.
After Hours (1985)
Scorcese depois da tentativa falhada de realizar “The Last Temptation of Christ” renasce ao realizar uma comédia mirabulante. Mirabulante é um adjedctivo parco para qualificar o que acontece à personagem principal durante uma noite à deriva em Nova York.
Quando sai do trabalho Paul Hackett (Griffin Dunne) nunca poderia supeitar na roda viva de emoções e perigos em que se tornaria a sua noite. Seduz uma rapariga com problemas de instabilidade emocional que se suicida por causa dele, entretanto não tem dinheiro para voltar para casa. Vai para um bar para fugir à chuva e percebe que a suicida é namorada do dono do bar que tinha acabado de se oferecer para o ajudar. Refugia-se na casa da empregada do bar, que entretanto se despediu, e descobre que ela é psicopata e vive num apartamento rodeada de ratos. Foge de casa dela apenas para ser confundido com um ladrão e acaba perseguido por uma multidão em furia liderada por uma carrinha de venda de gelados. Mais uma vez procura um sítio onde se esconder e acaba preso dentro de uma estátua de papier mâché. O filme acaba com ele a limpar o fato e a entrar no local de trabalho, como se nada fosse. Apenas mais um dia na vida de um processador de dados.
Este é um resumo simplificado do que acontece em hora e meia de filme. Tudo isto filmado por um dos grandes realizadores do nosso tempo. O que há para não gostar neste filme?
Nota: 3.5/5 aos dois filmes. Gostei muito deles mas nehum deles é muito ambicioso e não seria justo dar-lhes nota mais elevada que isto. Mas têm uma grande probabilidade de se tornarem em guilty pleasures.
2 comentários:
Amigo vi o After Hours sem querer e achei-lhe imensa piada.
Quando comecei a ver o filme já tinham passado os créditos iniciais, não sabia que filme era, nem de quem era, por isso passei o tempo todo a tentar perceber que raio se passava e quem é que tinha feito um filme tão louco, com uma história tão mirabolante.
Foi uma boa surpresa ver no final o nome Scorcese.
Recomendo este filme para quem acha que já teve noites loucas! :p
Em relação ao primeiro não conheço mas fiquei curioso, vou tratar de o visionar.
Abraço
Gonçalo vê o New York Stories porque é parte da história do cinema. O After Hours já tinha visto há algum tempo na TV, mas tinha-me esquecido dele. Em conversa sobre o New York Stories com uns amigos houve a referência por parte deles deste filme. Entretanto encontrei-o à venda e adquiri-o. É de facto um filme mirabolante.
Abraço
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