quarta-feira, agosto 26, 2009

Bronenosets Potyomkin (1925)




Queria ver este filme de Sergei Eisenstein há anos. Poucos filmes desta era conseguiram atingir o estatuto e renome do filme mais famoso do maior realizador russo de sempre. O filme resiste e continuará a resistir ao tempo não só por ser uma peça histórica de grande relevância. Uma obra com um papel político e social muito marcada, com o objectivo maior de reeducar o público para os ideais de revolução.

O filme abre, como de resto vários filmes de Eisenstein, com uma citação de Lenin. Nota-se ainda um deslumbre por parte do realizador pela politica defendida por Lenin. Uma politica em que os ideais revolucionários e em prole do proletariado faziam sentido à época, nunca suspeitando que podiam levar ao regime ditatorial que dai decorreu (reforçado em muito por Estaline).

Mas este filme tem outros trunfos magistrais, a essência do cinema de Eisenstein acontece na sala de montagem onde ele consegue introduzir o ritmo que pretende. Mas tem também um trunfo nas grandes cenas onde o realizador tira partido do impacto visual de alguns pormenores. A cena da escadaria com o pormenor do carrinho de bebé é disso bem evidente. Embora tente puxar a atenção do espectador para a acção principal Eisenstein recorre a planos que não se foquem apenas num plano de acção, mas em vários, trazendo mais um nível de complexidade ao filme aproximando-o da realidade. Este efeito é notório nas cenas que mostram o adensar da turba no cais. Todas estas inovações fizeram esta obra tornar-se famosa, seguindo-se um magistério de influência que dura até aos dias de hoje.


Nota: 4,5/5

2 comentários:

Roberto Simões disse...

1º Aniversário do CINEROAD!
Este blogue recebeu um agradecimento especial!
Obrigado!

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD - A Estrada do Cinema

Diamond disse...

Tenho este filme e confesso que já o vi mais do que uma vez, e de cada vez que o faço, surgem sempre pormenores que me escaparam das vezes anteriores. É magnífico e não é à toa que é considerado um marco na montagem cinematográfica.

Também a música de Edmund Meisel teve um papel preponderante.

Cump.