Ying xiong (2002)

Olá a todos. Nestes dias tenho tido o barco à porta não vá ter que ir comprar um quilo de agripinos. Tenho também andado a ponderar um regresso aqui ao burgo. É verdade que sinto falta das guloseimas que aqui vou pondo, mas nem sempre a vontade e sobretudo o engenho se aguçam para a escrita de parvoíces, postadas como pérolas de sabedoria caseira.

Hoje vai uma recomendação daquelas que sim Sr., vale a pena ver com a calma com que se desfruta de algo de obtenção difícil. Deve ser admirado como uma obra rara. É um filme brilhante, muito bom mesmo.

É provavelmente o filme mais belo com composições cénicas mais bem-feitas que vi. Viste pouco, dir-me-ão alguns. Não vi muito, mas do que vi este é o melhor.

A história como é?

Não é má, mas este filme poderia se ver com a televisão sem som. É como apreciar um quadro. Sentem-se, tomem o seu tempo, sintam-lhe o pulso, respirem com o filme, mas não adormeçam. Prestem-lhe a atenção devida para depois lhe prestarem homenagens.

Nota: 5/5 – 5 estrelinhas só, só para tirar o maior (sic)

Nuovomondo (2006)

Cenário: noite de cinema lá em casa precedida de um cafezinho à maneira. Eu, disponho, sobre a mesa, 8 opções de filmes desde filmes a preto e branco, só por si um sinal de qualidade, comédias, dramas, filmes recentes, filmes Europeus, Brasileiros, Americanos. E a escolha feita por votação caiu num filme Europeu. Um filme que por acaso tenho andado à procura e uma desculpa para ver. Mesmo não tendo sido eleito com o meu voto sabedor, decidi dar-lhe uma oportunidade de brilhar e de me conquistar.

Mais uma vez deu ASNEIRA! Filme intragável sem qualquer noção de ritmo. Mesmo em termos de realização, senti o filme preso a um formato que não era o dele – muito fechado, algumas das cenas pediam algo mais amplo, mais aberto. Pode-se dar o caso de não ter havido a oportunidade de a produção ter tido acesso a outro tipo de câmaras, se assim for o realizador fez um trabalho competente. Não apaga, no entanto, o facto de que este filme de 118 min. poderia ter emagrecido uns 40 min. sem qualquer tipo de prejuízo para o espectador.

Nota: 2/5 - Chato até à enésima casa.

Le Concert (2009)

Olá estão com bom aspecto esse cabelinho roxo assenta-vos muito bem – Alvíssaras ao estilista!

Então qual é o prato do dia?

Um filme Francês com actores Russos! Sim é um prato de fusão Europeia.

Estamos perante um filme muito divertido, bem-disposto, descontraído e com uma qualidade rara nos tempos que correm. Este é daqueles para ver e chorar por mais. No meio da semana mais atribulada da vida das personagens conhecemos uma história comovente e ainda por cima se ouve Música. Mas música a sério daquela que tem seguramente para cima de 10 anos.

Este é daqueles para ver e para comprar o dvd (se alguma vez por cá for editado porque Russo sem legendas…).

Nota: 4/5 – Sem grandes pretensões também se fazem bons filmes.

Entre Les Mures (2008)

Cheio de expectativas decidi eu ver este filme. De quando em vez “baixa” sobre mim uma névoa cultural que me leva a escolhas eruditas. Esta névoa é a mesma que me leva a comprar alguns filmes e depois dá asneira. Asneira foi o que deu este filme. Aclamadíssimo, com bastante sucesso por terras lusas, mas sem nenhum sucesso na sala programada por Paulo Branco (não a de Paris... a cá de casa). É um filme pastoso numa onda voyeur que não me agradou. Achei-o tão enfadonho que acabei por soçobrar na teia de Hipnos, filho de Nix.

Nota: 2/5 – Alguém quer comprar um DvD baratinho?

The Boat that Rocked (2009)

Ahh duas horas de filme! Um pouco excessivo, mas um filme com partes agradáveis. É um ensaio de Richard Curtis para fazer um filme como Wes Andersen faria, mas pior…

Aqui a música tem um palco privilegiado para brilhar. And, shine it will!

Nota: 3,5/5 é um filme de consumo difícil. Um espectador como eu pode gostar, mas o consumidor normal vai achá-lo excessivamente lento e fora dos conformes. A minha sugestão – Vejam porque tem o seu interesse.

The turist (2010)

Fui ao cinema – coisa rara é certo – ver o filme do momento com os actores do momento. Estes dois, cada vez se tornam mais consistentes e constantes – Boa noticia! O Cinema precisa, sem dúvida, destas figuras icónicas. Não sendo eu um iconoclasta fervoroso sou-o q.b.

O filme, ora aqui se levanta o busílis, serve, mas nada mais que isso. É um filme curto, não na duração mas na compreensão. Falta história, falta músculo, falta complexidade – fosse este um vinho e diria que é uma fruitbomb sem complexidade com um final adestringente com os taninos a querer arredondar mas com arestas ainda vivas.

Percebem a analogia? Não? Vide e procurai por essa internet afora que irão conseguir retirar os significados ocultos nestas palavras.

Considero este um filme simples e sem grandes pretensões. Calem-se as vozes que se levantam a vaticinar nomeações – se as houver é porque a produção foi fraca.

Nota: 2,5/5 – Duro? Talvez, mas para quê premiar a normalidade? – há que exaltar a novidade!

Antímio Esteves - EsteBes para os amigos!

Nem sempre a conclusão principal é o que se tira de uma experiência! Muitas vezes o mais excitante é aquele resultado por explicar, aquela pequena incongruência que nos chama à atenção. Aquilo que de facto pode ser um salto em frente. Os resultados que contradizem o expectável que alteram e recriam paradigmas – aí é que podemos encontrar a genialidade, o brilhantismo, o que se destaca do marasmo intelectual que pulula muitos dos meios em que me movo – aja inspiração, novidade e criatividade.

Estes sentimentos assolam-me quando ouço a tema principal do “Requeim for a dream” () um filme muito aclamado cá pelo burgo e por pessoas de quem a opinião preso , mas a verdade é que o filme não me conquistou (vi-o algures em 2005 – if the memnory serves me right).

Este tema tem-me assolado nos últimos tempos e que assolo tem sido, pungente e presistente com um bom Porto. Ouçam-no e sobretudo re-ouçam-no. Vai com o carimbo especial aqui da loja e com recomendação efusiva do farmacêutico de serviço o Doutor. Antímio Esteves – EsteBes para os amigos.