sábado, março 15, 2008

Persepolis, o mundo pelos olhos de uma criança!


Olá compinchas! É notório que o estaminé tem andado um pouco à deriva sem adição de novos comentários – uns dirão que “é uma bênção”, outros dirão que “assim não pode ser, queremos o nosso dinheiro de volta” – portanto tinha que ser tomada uma posição pungente, até porque o dinheirinho me faz falta como gel pó cabelo. Então o que fiz eu para dinamizar aqui a loja?

Convidei um amigo (Gonçalo Duarte) para escrever um texto sobre um filme do qual eu tinha a vontade preconcebida de ir ver, mas cá por coisas não tive tempo nem oportunidade.

Há três coisas porreiras em ter convidado o Gonçalo para escrever: primeira – menos trabalho aqui pó Je; segunda – este gajo não cobra nada; terceira – fico com uma sensação de franchising. Recostem-se e deleitem-se com o primeiro post convidado do AddCritics.

Persepolis, o mundo pelos olhos de uma criança!




Uma comédia sobre tragédias, mostrando os dramas da vida de uma rapariga, igual a tantas outras neste mundo...é assim este excepcional filme de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi. E sim, não referi propositadamente que é animação, primeiro, já todos o sabemos, segundo, acho que o filme ganhou com esse facto, e depois porque, sendo tão envolvente é algo do qual não nos damos conta durante o visionamento.

O argumento é baseado na vida de Marjane Satrapi, iraniana de nascença e cidadã europeia por opção. Esta senhora tem uma bela história de vida, atravessou uma revolução, uma guerra, uma adolescência solitária e ainda, a vivência num país teocrático muçulmano e conservador. Segundo Satrapi, este filme é um enaltecimento ao Irão e ao seu povo, no entanto, o governo deste país (que no filme faz bastante má figura!) não o encarou assim protestando junto da embaixada francesa no irão e pressionando a organização do festival de cinema de BangkoK para que o retira-se do programa.

Este filme tem a capacidade de mostrar realidades familiares (guerras, revoluções, sociedades, culturas, etc!) por perspectivas invulgares (apesar de os” olhos” serem sempre os mesmos!), proporcionando boas gargalhadas e algum enriquecimento cultural.

Os desenhos pouco coloridos de traço simplista, e portanto pouco apelativo, juntamente com o argumento autobiográfico e realista tornam esta animação pouco recomendável a crianças.

Resta-me dizer que talvez merecesse um pouco mais nos óscars não só na categoria onde esteve nomeado (e já vi os outros 2 nomeados!), como até em outras categorias.
Ide ver, ide ver!!!

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