quinta-feira, maio 25, 2006

Fawlty Towers – A incompetência mesquinha almeja a grandeza

Jonh Cleese (Monty Python) e Connie Booth são os autores de uma comédia intemporal tendo sido mesmo considerada a melhor comédia de sempre exibida pela BBC. É uma comédia brilhante com uma interpretação soberba de Cleese como Basil Fawlty, o dono de um pequeno hotel na costa Britânica. O pior proprietário do mundo prepotente mesquinho e com aspirações de grandeza, tentando sempre melhorar a estirpe de hospedes maltratando aqueles que considera inferiores. Manuel (Andrew Sachs) é um empregado espanhol de Barcelona e o único em que Basil consegue realmente mandar, sendo explorado devido á sua condição. Sendo esta uma comédia tão aclamada pelo público e pela critica é de lamentar terem sido feitas apenas duas séries num total de 12 episódios. Actualmente as séries com algum sucesso são “esticadas e espremidas” no maior número possível de episódios, chegando algumas a realizar 9, 10 séries com mais de 20 episódios cada. É uma pena que “Fawlty Towers” não se tenha estendido um pouco mais como aconteceu com “Yes, Minister” alguns anos mais tarde. Esta é sem duvida uma pedra basilar da comédia televisiva. Em Portugal encontra-se editada em duas modalidades, as duas séries completas numa caixa e as séries individuais. Esta é mais uma excelente adição para uma colecção privada.

sábado, maio 13, 2006


Basquiat – O prazer da estética quotidiana

Julian Schnable apresenta-nos uma representação de parte da vida de Jean Michel Basquiat, pintor contemporâneo que apoiado por Andy Warhol, expoente máximo da Pop Arte, teve uma ascensão fulminante que o retirou da rua e o transportou para as grandes salas de exposição mundiais. O filme é bastante consistente, sendo a narração acompanhada de uma banda sonora portentosa assinada pelo próprio realizador e por John Cale. Tem representações brilhantes de Jeffery Wright (impressionante), de Benicio Del Toro e de David Bowie. Este filme tem uma estética muito particular fugindo a um sentido mainstream. Indispensável numa boa DVDteca, capaz de proporcionar momentos de deleite ao apreciar um grande filme.

segunda-feira, maio 08, 2006

Boxoffice # 2 – Mission Impossible III

A frenética adição de acção. Nesta aventura vivida mais uma vez por Ethan Hunt (Tom Cruise), denota-se uma menor dedicação estética por parte de J. J. Abrams do que a de Brian De Palma em MI 1 (este sim um filme que prima pela estética, proporcionando ao espectador um festival visual). Abrams teve até agora um trajecto mais ligado à criação de formas de entretenimento televisivo (“Lost - Perdidos” e “Alias – A Vingadora”), embarcando pela primeira vez num projecto de Hollywood.
O excesso de objectivos do filme, faz com que algumas secções do filme sejam passados para segundo plano, limitando-o um pouco, chegando assim a um nicho mais reduzido de espectadores. Para quem gosta de filmes de acção esta será uma boa opção, para quem prefere filmes com mais substância e principalmente consistentes e equilibrados este é um filme para esquecer. Fazer passar tempo parece ser o seu único propósito. Este é um propósito válido mas há mais atractivos que este num bom filme. Em suma não se pode considerar MI3 um filme mercedor de uma boa critica...

terça-feira, maio 02, 2006

O pesar entristecido do caminho por percorrer não percorrido…

Estendido na cama num quarto já escuro, a luz parece aqui sem um companheiro perdido um passageiro irregular, que apenas alumia quando a consciência permite pensamentos mais alegres, mais leves. O dia tinha passado. Mais um dia passado numa constante inércia, numa permanente penúria intelectual, traduzindo-se agora o penar do tempo perdido numa tortura poética que espera não ver o amanhecer acordado. Dois sentimentos pulsam na imensidão do vazio, na imensidão sináptica que nada transmite…O que podia ter sido, o que podia ter feito, as capacidades que sabe ter inutilizadas por uma forte falta de iniciativa por uma quietude mórbida…O prazer que lhe dá esta culpa esta auto-flagelação imposta pelas circunstâncias, das cinzas nasce a Fénix já relatava a lenda, num pensamento vão de verdade agarra-se uma vida ou perde-se um momento.